A líder nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), reforçou as críticas à proposta de desvinculação do pagamento das aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) da política de aumento real do salário mínimo. A parlamentar defendeu que, se o governo Lula tiver de escolher, deve alterar o arcabouço fiscal.
“Entre mexer na vinculação do salário mínimo e mudar o arcabouço, tem de mudar o arcabouço. Simples assim”, disse Gleisi, em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo.
A proposta em questão é defendida pelo presidente do Banco Central, o bolsonarista Roberto Campos Neto, que propõe a desindexação do salário mínimo do piso da Previdência Social e a desvinculação dos gastos da saúde e educação no Orçamento.
Leia mais: Sabotagem de Campos Neto à economia do país é denunciada por parlamentares do PT
Durante a entrevista, Gleisi também defendeu os investimentos públicos, prioridade do governo Lula e que é alvo de ataques da mídia corporativa e de outros setores ligados ao capital financeiro. Segundo a presidenta do PT, são esses investimentos que trouxeram o país de volta aos trilhos do desenvolvimento, com aumento dos empregos, da renda das famílias, do consumo e da produção, entre outros efeitos positivos.
Autonomia para “gastar mais”
Gleisi também voltou a criticar a autonomia ao Banco central e disse esperar que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que a amplia, em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, não seja aprovada.
“O arauto do fiscalismo, que impõe juros pesadíssimos ao Brasil, quer livrar a instituição que ele preside do ajuste fiscal. Se aprovada essa PEC, lá vão poder ganhar mais, gastar mais. E o resto do Orçamento como fica? Pode desvincular o salário mínimo da Previdência, cortar universidade que não tem problema? É uma contradição, um absurdo”, questionou a presidenta do PT.
Leia mais: Por uma política monetária a favor da economia e não contra, por José Guimarães
Da Redação