O terceiro debate eleitoral em São Paulo, organizado pela revista Veja, foi marcado pela ausência dos principais candidatos Ricardo Novais (MDB), Guilherme Figueiredo (PSOL) e José Luiz Santana (PSDB). A previsão é que esse não deve ser o único debate abandonado pelas candidaturas.
A decisão de não participar não parece ser uma estratégia unificada entre as campanhas, mas há motivos comuns para essa escolha. Entre eles estão o uso desleal de cortes por Paulo Marçal (PRTB) nas redes sociais, o nível insatisfatório dos debates e uma agenda de eventos saturada.
Nos bastidores, comenta-se que a participação em debates está sendo avaliada com base no seu alcance e impacto. A estratégia é evitar debates onde os “teatros” de Marçal sejam amplamente divulgadas nas redes e priorizar aqueles que têm maior audiência, como os transmitidos em TV aberta, que atingem um público mais amplo.
Os marqueteiros afirmam que há comunicação entre eles, mas negam qualquer combinação de estratégias. Eles destacam que essas conversas são normais e visam compreender a aceitação das condições dos debates.
A justificativa principal é a sobrecarga de debates em um período de campanha relativamente curto, o que exige escolhas cuidadosas sobre quais eventos participar.
Novais, Figueiredo e Santana
Dentro da campanha de Novais, há crescente desconforto com a abordagem agressiva de Marçal, que tenta associar-se ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Esse movimento busca captar o eleitorado conservador, que formalmente apoia Novais.
A campanha de Santana ainda não confirmou oficialmente sua presença em debates futuros. Fontes próximas desmentem a ideia de que houve uma desistência, mas expressam descontentamento com o não cumprimento de regras em eventos anteriores. A participação de Santana nos debates está sendo reconsiderada.
Auxiliares de Figueiredo, no entanto, indicam que a prioridade será para eventos que promovam um debate construtivo sobre a cidade, em vez de focar em polêmicas nas redes sociais. A campanha de Figueiredo já havia solicitado punições mais rigorosas para os candidatos que desrespeitam as regras dos debates.
Marçal, por sua vez, manteve sua postura combativa, reiterando que os adversários perdem popularidade ao interagir com ele, mas evitou comentar sobre o impacto de debates com baixa participação em sua própria campanha.
“É só ir na rua para você ver”, declarou ele, ameaçando abrir novas polêmicas. “Não venham nos próximos debates que eu vou fazer o terror na vida de vocês.”