O grupo Prerrogativas, mais conhecido como Prerrô, foi alvo de matéria maldosa, como era de se esperar, do Estadão. “Uma década após ter nascido em meio às críticas à Operação Lava Jato, o Grupo Prerrogativas, que reúne cerca de 250 advogados e juristas de esquerda, vem ampliando seu espaço no Executivo e no Judiciário sob o terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva”, diz o jornal, em tom de denúncia.
“Nomeações chegam às dezenas em altos cargos do Executivo e do Judiciário”, acusa o jornal. Na verdade, são 28, num universo de mil dos principais nomes do Direito brasileiro cujo “pecado” é não serem reacionários e, sobretudo, terem desmascarado a farsa da Lava Jato desde o início.
Provavelmente, o Estadão esperava que Lula contratasse gente ligada à família Mesquita, com passagens em clínicas de reabilitação, ou da família de William Waack.
“É um reducionismo injusto considerar que as pessoas estão no governo por fazerem parte do grupo. O que foi determinante para cada um estar ali foi a sua trajetória”, disse o coordenador Marco Aurélio de Carvalho ao Poder360.
“Embora a gente tenha proximidade com o presidente Lula, a gente não é exatamente um grupo petista. O Prerrogativas é progressista e, sobretudo, garantista. Uma parte importante milita na academia.”
Dentre os integrantes, seis ocupam cargos ministeriais, destacando-se em áreas como Igualdade Racial, Fazenda, Advocacia Geral da União, Desenvolvimento Agrário, Direitos Humanos e Controladoria-Geral da União. Além disso, muitos estão alocados no Ministério da Justiça e Segurança Pública, com liderança significativa e influência nas decisões políticas e sociais do país.
Recentemente, a advogada Gabriela Shizue Soares de Araújo, esposa do deputado estadual e ex-prefeito de Osasco, Emidio de Souza (PT), foi nomeada, pelo presidente Lula, para o cargo de desembargadora no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), em São Paulo.
O próprio Marco Aurélio sublinha o “triunfo” do grupo como sendo a capacidade de atrair e reunir indivíduos com um “currículo de peso”, apontando que, embora o Prerrogativas possa funcionar como um “cartão de apresentação” para alguns, a biografia e a experiência de cada um são os verdadeiros critérios para suas posições no governo.