Uma investigação recentemente publicada pelo jornal britânico The Guardian, em colaboração com os jornalistas Lee Fang e Jack Poulson, revelou que o governo israelense buscou aconselhamento jurídico sobre como contornar a lei federal dos Estados Unidos que regula a disseminação de propaganda entre a população americana por países estrangeiros.

De acordo com informações do jornal The Cradle, a lei federal dos EUA exige a divulgação de campanhas de lobby apoiadas por estrangeiros. Os documentos analisados pelo The Guardian mostram que a preocupação do governo israelense os levou a buscar aconselhamento jurídico sobre a lei por medo de que grupos de lobby judeus e cristãos sionistas que trabalham em coordenação com o governo israelense seriam obrigados a se registrar como agentes estrangeiros e revelar seus vínculos com “Israel”.

O vazamento de documentos foi originado de um ataque hacker contra o Ministério da Justiça israelense, mostrando que autoridades israelenses propuseram a criação de uma nova organização sem fins lucrativos nos EUA para dar continuidade às atividades de “Israel” no país.

O material foi divulgado pela Distributed Denial of Secrets, ou DDoSecrets, uma organização sem fins lucrativos sediada nos EUA. Os documentos foram obtidos pelo “Anonymous for Justice”, um coletivo autointitulado “hacktivista” que anunciou em abril que havia se infiltrado no Ministério da Justiça de Israel e recuperado centenas de gigabytes de dados.

Lee Fang e Jack Poulson escrevem: “Um memorando de estratégia legal datado de julho de 2018 observou que a conformidade com o Foreign Agents Registration Act (FARA) prejudicaria a reputação de vários grupos americanos que recebem financiamento e direção de Israel e os forçaria a atender a requisitos onerosos de transparência. Um memorando separado observou que os doadores não gostariam de financiar grupos registrados no FARA.”

Segundo The Cradle, a FARA obriga os registrantes a “sinalizar qualquer peça de ‘propaganda’ que seja distribuída a duas ou mais partes nos EUA, com uma declaração de isenção de responsabilidade afirmando que foi entregue por um agente estrangeiro e, em seguida, enviar uma cópia da ‘propaganda’ ao Departamento de Justiça dos EUA em até 48 horas”.

Para não se registrar na FARA, os consultores jurídicos sugeriram canalizar fundos por meio de uma organização sem fins lucrativos terceirizada nos EUA. Fang e Poulson acrescentam que o governo israelense estava especificamente preocupado que uma organização sem fins lucrativos sediada nos EUA, “Kela Shlomo” (que se traduz como “Estilingue de Salomão”), fosse forçada a se registrar na FARA. O grupo foi formado em 2017 pelo Ministério de Assuntos Estratégicos de Israel para distribuir propaganda israelense.

“Kela Shlomo” foi renomeado como “Concerto” em 2018 e “Vozes de Israel” em 2021, o grupo se concentrou em minar o movimento BDS, que lidera campanhas de boicote, desinvestimento e sanções contra Israel em protesto contra sua ocupação ilegal da Palestina e as leis do apartheid.

Essa denúncia mostra claramente o desespero de “Israel”, pois eles já muito bem beneficiado em fazer propaganda não apenas nos Estados Unidos mas também no mundo todo. No entanto o relatório traz claramente que o governo israelense ainda precisa burlar a lei para ampliar essa campanha em defesa do Estado fictício de “Israel”, visto que a maior parte da população norte-americana são contra o que o imperialismo está fazendo com a população palestina e considera “Israel” um Estado genocida.

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Última Atualização: 19/08/2024