Nos últimos dias, Rondônia tem enfrentado uma situação crítica devido às queimadas que assolaram o estado e regiões vizinhas, resultando em um cenário alarmante. Nos primeiros 15 dias de agosto, Rondônia registrou impressionantes 1.856 focos de queimadas, superando os 1.715 focos registrados durante todo o mês de agosto do ano passado. Este aumento preocupante reflete a gravidade da crise ambiental que o estado está vivenciando.
A situação é exacerbada por uma combinação de fatores, incluindo um longo período de seca e vegetação extremamente seca. Estas condições criaram um ambiente altamente propício para a propagação rápida do fogo, intensificando a crise atual. A vegetação que antes servia como barreira natural para a fumaça agora não é mais eficaz devido ao avanço do agronegócio e à destruição de áreas de proteção.
Marília Silva, vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Rondônia, expressou a gravidade da situação: “Rondônia é um estado situado na região amazônica e sempre sofreu com queimadas, especialmente durante o período de seca em maio e junho. No entanto, nos últimos anos, o avanço do agronegócio e a destruição das barreiras naturais que protegiam as cidades da fumaça pioraram a situação. O período seco, sem chuvas e com altas temperaturas contribui para uma crise que afeta diretamente a saúde da população”, disse.
Marília destacou que 2024 tem sido um dos anos mais severos para a região amazônica em termos de seca, com Porto Velho enfrentando 83 dias consecutivos sem chuvas. O Rio Madeira, que normalmente tem cerca de 15 a 16 metros de profundidade, secou drasticamente para apenas 2 metros, agravando ainda mais a crise hídrica. A qualidade do ar em Porto Velho foi classificada como a pior do país, com níveis de poluição atingindo o grau máximo de perigo para a saúde humana.
A população da capital tem vivenciado uma neblina constante, que impede a visualização do sol e da lua e tem gerado sérios problemas de saúde. Marília lamentou a falta de ação por parte dos órgãos responsáveis: “Estamos enfrentando um cenário insalubre. Faz 9 dias que a fumaça tomou conta da cidade e não vemos nenhuma manifestação efetiva dos órgãos responsáveis para conter e combater essa crise. Precisamos de ajuda urgente e que a situação seja divulgada para que medidas possam ser tomadas”, finalizou.
A crise ambiental em Rondônia destaca a necessidade urgente de ações coordenadas para enfrentar as queimadas, melhorar a gestão de recursos hídricos e proteger a saúde da população.