O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende conversar com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSB-MG) e o presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), antes de indicar o nome daquele vai suceder Roberto Campos Neto à frente do Banco Central (BC).
Segundo Lula, a ideia é negociar com as lideranças para que o nome do próximo presidente do BC, assim como de outros diretores a serem nomeados, sejam “votados logo, para que não fiquem sofrendo desgaste e especulação política durante meses e meses”. A declaração aconteceu durante entrevista à Rádio Gaúcha, nesta sexta-feira 16.
Na conversa, Lula evitou antecipar quem será o seu escolhido para o cargo, mas apontou o perfil que espera do próximo chefe da instituição.
Para o petista, o próximo presidente do BC “não deve favor ao presidente da República”, mas tem “compromisso com o povo brasileiro”.
“Na hora que tiver que reduzir a taxa de juros, ele vai ter que ter a coragem de dizer que vai reduzir. Na hora que aumentar, ele vai ter que ter a mesma coragem”, sintetizou Lula.
Lula evitou, novamente, confirmar se o nome a ser indicado será o de Gabriel Galípolo, que é diretor de política monetária da instituição e foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda até o último mês de maio. Ele é a principal aposta dos bastidores da política e do mercado financeiro para o cargo.
“Eu não sei se é o Galípolo. Eu sei é que eu tenho o direito de indicar agora o presidente do Banco Central e mais alguns diretores”, respondeu Lula ao ser questionado sobre o tema.
Recentemente, o chefe da pasta, Fernando Haddad, disse que Lula deve indicar o novo presidente do BC nas próximas semanas. A escolha precisará ser aprovada pelo Senado, na CCJ e no Plenário, e o mandato só começaria no início do ano que vem.