Os países ocidentais estão se esforçando para reduzir a influência chinesa no mercado tecnológico de energias limpas, adotando estratégias protecionistas como aumento de tarifas de importação e subsídio à indústria local.
Reportagem da CNN destaca o desafio ocidental para lidar com o domínio chinês nas cadeias de fornecimento de energia limpa, um enigma que avança conforme se aproxima o prazo para atingir metas climáticas importantes – ao mesmo tempo em que os países tentam proteger suas indústrias e empregos das importações de menor custo.
Dados da Agência Internacional de Energia colocam a China na liderança da corrida da tecnologia limpa: apenas em 2023, o país respondeu por três quartos do investimento global no setor, pouco abaixo dos 85% vistos em 2022.
A expectativa é que a China invista US$ 676 bilhões em energia limpa apenas em 2024, por conta da forte demanda por painéis solares, baterias de lítio e carros elétricos. Esse montante é mais do que o dobro do projetado pelos Estados Unidos (US$ 315 bilhões) e bem acima do montante a ser aplicado pela União Europeia (US$ 370 bilhões).
Diante disso, o Ocidente vive uma situação dúbia: sem a tecnologia industrial chinesa, a redução da poluição pode levar mais tempo para ocorrer e, por consequência, aumentar os custos de empresas e consumidores.
Porém, existe a necessidade de não se depender apenas de um único fornecedor – assim como aconteceu com a Europa e a Rússia no fornecimento de gás – e buscar as recompensas geradas pelo desenvolvimento de suas próprias tecnologias.
E justamente a competição pelo desenvolvimento de energias ecologicamente corretas tem aumentado as tensões entre a China, os Estados Unidos e a União Europeia: o Ocidente decidiu adotar uma postura mais rigorosa com relação ao país oriental, aumentando não apenas as tarifas sobre os veículos elétricos do país, mas também sobre baterias, painéis solares e minerais.