A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,9% no segundo trimestre de 2024, o menor nível registrado para o período nos últimos dez anos, segundo a PNAD Contínua divulgada pelo IBGE. Essa queda significativa, que representa uma redução de 1,1 ponto percentual em relação ao mesmo trimestre de 2023, tem sido apontada como um reflexo direto das políticas públicas e dos investimentos realizados nos últimos anos.

Claudio Gomes, ex-diretor técnico do Dieese e consultor das Centrais Sindicais, destaca ao Portal Vermelho que essa melhora no mercado de trabalho está diretamente ligada a uma série de fatores estruturais que têm fortalecido a economia e gerado emprego.

“A sustentação do investimento produtivo, o anúncio dos programas de investimento como a Nova Indústria Brasil, a retomada do PAC, Minha Casa Minha Vida e tantos outros investimentos, os programas de transferência de renda, especialmente o Bolsa Família, a valorização do salário mínimo com grande impacto sobre a base da pirâmide salarial, tudo isso converge para um aumento da capacidade de consumo das famílias e também o investimento empresarial vem aumentando”, afirma Gomes.

Essa combinação de políticas econômicas e sociais não apenas impulsionou o consumo, como também incentivou o crescimento dos investimentos públicos e privados, o que, segundo Gomes, tem gerado um impacto positivo na criação de empregos e na formalização do mercado de trabalho. “Estamos vendo um aumento da formalização com carteira de trabalho assinada, queda no desalento, e até mesmo um aumento nas demissões a pedido, que indicam que os trabalhadores estão confiantes na possibilidade de encontrar melhores oportunidades de emprego”, comenta.

Os dados do IBGE corroboram essa análise, mostrando que o percentual de empregados com carteira assinada no setor privado foi de 73,6% no período, com destaque para estados como Santa Catarina (87,0%), Paraná (81,6%) e São Paulo (80,5%). Além disso, o rendimento médio real mensal habitual subiu para R$ 3.214, representando uma melhora em relação ao segundo trimestre de 2023, quando a renda média era de R$ 3.037.

Apesar dos avanços, o relatório do IBGE também revela desafios persistentes. As maiores taxas de desemprego foram registradas em Pernambuco (11,5%), Bahia (11,1%) e Distrito Federal (9,7%). Além disso, a taxa de desocupação continua sendo mais elevada entre mulheres (8,6%) e pessoas negras e pardas (8,5% e 7,8%, respectivamente).

No entanto, Gomes aponta que o cenário atual, apesar dos desafios, é um sinal claro de que a dinâmica econômica está no caminho certo para promover a inclusão social e o crescimento sustentável. “Esses indicadores mostram que as pessoas estão voltando a ter esperança de conseguir um posto de trabalho, e a economia tem dado sinais positivos em termos de geração de emprego e crescimento da renda”, conclui.

Com a continuidade dos investimentos públicos e das políticas de transferência de renda, a expectativa é que o mercado de trabalho continue a se fortalecer, proporcionando melhores condições de vida para a população brasileira e consolidando o país em uma trajetória de crescimento sustentável.

Estatísticas

A queda na taxa de desemprego ocorreu em 15 das 27 Unidades da Federação. A queda é em comparação com o primeiro trimestre de 2024. As outras 12 unidades da federação não tiveram variações significativas no indicador.

As maiores taxas de desocupação foram de Pernambuco (11,5%), Bahia (11,1%) e Distrito Federal (9,7%). As menores foram as de Santa Catarina (3,2%), Mato Grosso (3,3%) e Rondônia (3,3%).

A taxa de informalidade no Brasil ficou em 38,6% da população ocupada. As maiores taxas são as do Pará (55,9%), do Maranhão (55,7%) e do Piauí (54,6%). As menores ficaram com Santa Catarina (27,1%), Distrito Federal (29,8%) e São Paulo (31,2%).

O percentual de empregados com carteira assinada no setor privado foi de 73,6%. Os estados com as maiores taxas de empregados com carteira assinada foram Santa Catarina (87,0%), Paraná (81,6%) e São Paulo (80,5%). As menores taxas ficaram no Piauí (50,1%), no Maranhão (52,4%) e na Paraíba (54,7%).

A renda média da população ocupada teve alta. O rendimento médio real mensal habitual foi de R$ 3.214 no período entre abril e junho de 2024. Houve alta em comparação com o segundo trimestre de 2023, quando a renda médica era de R$ 3.037.

Entre as grandes regiões, o rendimento cresceu no Sul (R$ 3.528), no Nordeste (R$ 2.238) e no Sudeste (R$ 3.627). A renda ficou estável no Norte (R$ 2.508) e no Centro-Oeste (R$ 3.641) na comparação anual. Na comparação com o 1º trimestre de 2024, a renda cresceu apenas no Sul e no Nordeste, e ficou estável nas demais regiões.

O desemprego foi maior para mulheres, pretos e pardos no período. A taxa de desocupação por sexo foi de 5,6% para os homens e de 8,6% para as mulheres no segundo trimestre de 2024. Já a taxa de desocupação por cor ou raça ficou abaixo da média nacional para os brancos (5,5%) e acima da média para os pretos (8,5%) e pardos (7,8%).

Pessoas com menos escolaridade tiveram maior nível de desemprego. A taxa de desemprego para as pessoas com ensino médio incompleto foi de 11,5% no período. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 7,1%, enquanto que para as pessoas com nível superior completo ela ficou em 3,6%.

São consideradas desempregadas as pessoas de 14 anos ou mais que estão sem ocupação e que seguem à procura de trabalho. O dado não considera, portanto, quem não tem emprego e não está buscando vagas. O levantamento abrange atividades formais e informais.

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Última Atualização: 15/08/2024