O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, nesta quinta-feira 15, da cerimônia de reativação da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados da Petrobras, na cidade Araucária, no Paraná.

A planta, inativa desde 2020, receberá investimentos de 870 milhões de reais para retomar suas operações no segundo semestre de 2025.

Durante seu discurso, Lula afirmou que seu governo “está tentando salvar a Petrobras”, e se emocionou ao relembrar o período em que esteve preso na sede da Polícia Federal, em Curitiba.

Durante o processo de reativação, o Planalto e a Petrobras estimam que mais de 2 mil empregos serão gerados. Segundo comunicado emitido nesta quinta-feira, cerca de 700 empregos diretos serão mantidos após o início das operações.

“A gente não está aqui reinaugurando uma fábrica ou anunciando investimentos na Repar, estamos recuperando a autoestima desse País, o orgulho do povo brasileiro”, celebrou o presidente.

“Os caras que fecharam essa fábrica e mandaram vocês embora certamente eles nunca ficaram desempregados. Eles não sabem o que é para um pai de família acordar de manhã e não ter dinheiro para comprar um pão. Para ele, vocês terem ficado desempregados por 4 anos, não significa nada, vocês são os números estatísticos. Mas para mim interessa”, disse o presidente.

Em julho, 215 antigos funcionários da planta já haviam retornado ao trabalho como parte dos primeiros passos de retomada da operação da companhia na cidade.

O presidente também criticou o abandono de obras de plantas da Petrobras durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como a Refinaria Abreu e Lima e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, o Comperj, que deveriam ter sido concluídos em 2011.

Segundo Lula, em algumas frentes de negócio vendidas ou paralisadas pelas gestões anteriores da empresa, o governo tenta “começar tudo de novo”.

Lava Jato

Ao relembrar o período na prisão, Lula afirmou que tomou a decisão mais sábia de sua vida ao se entregar à Polícia Federal, mesmo sabendo que estaria diante de um juiz que ele considerava ‘insignificante’ e de procuradores que, segundo ele, ‘faziam parte de uma quadrilha’ dentro do Ministério Público.

Lula também criticou as medidas tomadas pela Lava Jato contra as empreiteiras e a Petrobras, afirmando que a operação, que prometia combater a corrupção no setor de petróleo e gás, resultou na perda de milhões de empregos e redução no PIB.

“Muitas vezes eu ficava deprimido e chorava quando eu ficava sabendo de notícias de que companheiros, trabalhadores da Petrobras, entravam em restaurantes e eram chamados de ladrões”, afirmou. “Conseguiram criar no imaginário daqueles que não gostam de nós a ideia de que todo mundo na Petrobras era ladrão, inclusive os que eram responsáveis pela grandiosidade da Petrobras, que eram seus trabalhadores.”

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Última Atualização: 15/08/2024