Completamente descolado da realidade, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, tem utilizado a tragédia climática que se abateu sobre o estado há pouco mais de três meses, para fazer disputa política. Apesar disso, o governo Lula não tem medido esforços no socorro ao povo gaúcho, com medidas e políticas de reconstrução da região desde o início das enchentes, no fim de abril.
Por isso mesmo, a ingratidão de Leite chamou a atenção do presidente do banco, Aloizio Mercadante, que rebateu as críticas sem fundamento do governador tucano.
Em entrevista coletiva na terça-feira (13), Mercadante lembrou que a liberação de créditos e destinação de recursos para o estado ocorre de forma seis vezes mais rápida do que a média da instituição para unidades da federação. “Não é simples toda essa operação. São empresas com problemas de garantia, de passivo, de projeto. Estamos ajudando as empresas a reunir os documentos necessários. E 84% são micro, pequenas e médias empresas”, afirmou Mercadante.
Mercadante destacou que “a polarização política no Brasil está corroendo os valores republicanos”. E, com a civilidade que faltou a Eduardo Leite, afirmou que “se houver algo a ser ajustado, o mais correto é que se peça uma audiência para chegar a um acordo”. E acrescentou: “eu acho que os servidores do BNDES merecem um agradecimento das autoridades do RS, especialmente do governador, que até agora não veio”.
“Queria mandar um recado, um apelo ao governador. Assim que teve a tragédia, os servidores daqui [do BNDES] se prontificaram de imediato a ir para o Rio Grande do Sul para ajudar a enfrentar a crise. Largaram suas famílias, foram instalados em condições precárias para poder dar uma resposta imediata”, disse Mercadante.
O presidente do BNDES falou, ainda, sobre a atuação dos servidores do banco, “que viraram noites e final de semana para dar conta da demanda estadual”. Mercadante destacou, também, o envio de mais de R$ 10 bilhões para iniciativas em apoio aos gaúchos.
A verdade é que foram muitas as ações do governo federal para ajudar o Rio Grande do Sul, ao contrário do que diz Eduardo Leite. Um dos exemplos é o crédito solidário, pelo qual o BNDES fornece a garantia para empréstimos de outras instituições para o estado gaúcho. Mais de duas mil operações receberam o aval do banco, totalizando cerca de R$ 135 milhões. Houve, ainda, a suspensão do pagamento de parcelas do financiamento ao estado, que beira outros R$ 2 bilhões.
Leite fez menção, também, à suposta falta de apoio para o agronegócio, ao cobrar o que chama de medidas “robustas”. Também neste segmento o governador é desmentido pelos fatos. A emissão de Certificados Recebíveis ao agro naquele estado, com apoio do BNDES, chegou perto dos R$ 100 milhões para alavancar o crédito privado e apoiar as atividades de pequenos e médios agricultores.
Leia mais
PTNacional