O Ministério Público da Argentina solicitou o indiciamento do ex-presidente Alberto Fernández nesta quarta-feira, acusando-o de “danos leves e graves” e “ameaças” contra a ex-primeira-dama Fabiola Yáñez.
O promotor Ramiro González, responsável pelo caso, espera agora a aprovação do juiz Julián Ercolini para prosseguir com o processo.
Fabiola Yáñez, que reside atualmente em Madri, Espanha, prestou depoimento na terça-feira no consulado argentino, onde descreveu várias instâncias de agressões físicas e verbais sofridas em 2021, comprometendo-se a fornecer provas adicionais, incluindo mensagens e laudos médicos.
Durante a audiência, que durou quase quatro horas, Yáñez detalhou como as agressões incluíram humilhações frequentes e ameaças.
O caso também tem reverberações políticas mais amplas. O presidente argentino atual, Javier Milei, tem utilizado o escândalo para pressionar pela retirada de benefícios tradicionalmente concedidos a ex-presidentes, como pensões e segurança, usando o caso como parte de sua estratégia de comunicação.
Por outro lado, figuras políticas como a ex-vice-presidente Cristina Kirchner condenaram a violência de gênero, destacando que tais atitudes transcendem afiliações partidárias e são um problema societal. Enquanto isso, o ex-presidente Fernández, através de suas redes sociais, tem tentado se defender das acusações e criticar as políticas do governo atual.
O desenrolar deste caso é visto como crucial, não apenas para as partes envolvidas, mas também como um teste significativo para o sistema judicial argentino no tratamento de casos de violência doméstica envolvendo figuras políticas de alto perfil.