A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, apresentou, nesta terça-feira 14, uma projeção do tamanho do impacto das Rotas de Integração Sul-Americanas na economia brasileira a partir de 2026. A declaração foi proferida durante a primeira mesa do novo ciclo da série Diálogos Capitais, dedicada ao debate de propostas para desenvolver o Brasil e superar as desigualdades. O evento é promovido por CartaCapital e marca também os 30º aniversário da publicação.

Segundo defendeu Tebet, em 2026, com as rotas 1 e 2 em funcionamento, o Produto Interno Bruto do Brasil (PIB) deve saltar ao menos 1% ao ano. Ela alerta, ainda, estar sendo ‘conservadora’ na aposta, já que há lastro para que o impacto seja ainda maior. No comentário, a ministra comparou o projeto com a reforma tributária.

“As rotas de integração regional, a partir de 2026, poderão estar representando ao Brasil o que a reforma tributária está representando em nível de crescimento do PIB. Algo em torno de 1% ao ano, de forma conservadora, a partir de 2026. Será um crescimento de 1%, sozinha, no PIB ao ano”, disse a ministra no evento promovido por CartaCapital.

A projeção, sustenta, é embasada nas expectativas de investimentos e obras, que, por sua vez, geram novas oportunidades de trabalho e aumento de renda. O incremento do comércio e da produção agrícola e industrial, após a conclusão das rotas, também será fator determinante para o salto da economia, explica a ministra.

“Isso significa a redução das desigualdades, da miséria, da pobreza”, destacou.

As rotas

O objetivo das cinco rotas apresentadas pela ministra no evento é ‘encurtar o caminho’ para exportar produtos brasileiros para o mercado asiático, em especial a China. As vias ligam o Brasil ao Oceano Pacífico, por terra e água. O projeto permite, também, a ampliação do comércio nacional com a América Latina. Os recursos, em sua maioria, virão do Novo PAC. Ao todo, são 11 estados brasileiros envolvidos, além de todos os países da América do Sul.

A rota 1 passará por Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname. Já a rota 2 terá conexões entre Brasil, Colômbia e Peru. O terceiro caminho passa por Bolívia, Peru e Chile. A rota 4, por sua vez, faz ligação com Chile, Paraguai e Argentina. Por fim, a 5 une Brasil, Uruguai, Argentina e Chile.

“Nós sabemos que o futuro do Brasil está na integração da América Latina”, concluiu Tebet no evento.

Veja o mapa com as Rotas de Integração Sul-Americanas:

Diálogos Capitais

O evento desta quarta-feira celebra o 30º aniversário de CartaCapital. Como parte das comemorações, a publicação promoveu um novo ciclo da série Diálogos Capitais, dedicada ao debate de propostas para desenvolver o Brasil e superar as desigualdades, do qual Lula foi o convidado de abertura.

A primeira mesa de debates do evento contou com a presença de Simone Tebet, ministra do Planejamento, Luciana Servo, presidente do IPEA, Morgan Doyle, representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento no Brasil, e de Luiz Augusto de Castro Neves, presidente do Conselho Empresarial Brasil-China. A mediação foi feita por André Barrocal, repórter especial em Brasília.

Já a segunda parte do evento tem participação do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, da gerente executiva de mudança climática da Petrobras, Viviana Canhão, do vice-presidente da State Grid Brazil Holding, Ramon Haddad e Luiz de Mendonça, CEO da Acelen Renováveis, discutem os caminhos para a transição energética no Brasil. A mediação é da editora executiva Thais Reis Oliveira.

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Última Atualização: 14/08/2024