De 4 de agosto de 2005

Déficit zero derrubará juro, diz Carlos

LUCIANA BRAFMAN
DA SUCURSAL DO RIO
Após reunião com o deputado federal Antonio Delfim Netto (PP-SP), o presidente do BNDES, Guido Mantega, afirmou que o déficit nominal zero pode fazer os juros reais caírem dos atuais 14% ao ano para cerca de 3%, o que permitiria uma melhor relação dívida/PIB. Na visão de Mantega, esse ajuste fiscal deve ser feito com base na redução de gastos previdenciários, compras governamentais e contratação de serviços, entre outros, mas com a preservação dos gastos sociais e do investimento.

Segundo Mantega, é preciso haver mecanismos que garantam uma redução permanente da relação dívida/PIB, independentemente dos governos que assumam a Presidência da República nos próximos períodos.

Mantega destacou que não é suficiente atacar apenas o aspecto fiscal. São necessárias também, segundo ele, uma reestruturação da dívida pública, com a diminuição dos títulos de curto prazo, e uma política monetária mais eficaz, que permita resultados na contenção da inflação com pequenas alterações nos juros.

Mantega disse que é preciso adotar medidas de aperfeiçoamento da política econômica para que o país possa crescer a taxas vigorosas, além dos 3,5% previstos para este ano. Ontem, a diretoria do BNDES e economistas do banco se reuniram com Delfim para debater o tema. “Esse ajuste fiscal que está sendo feito é consistente, mas pode ser melhorado, não com aumento do superávit primário, mas com a qualidade do ajuste fiscal, reduzindo despesas de custeio e aumentando investimentos”, disse Mantega.

“A proposta de déficit nominal zero vem para que os juros caiam para patamares mais civilizados.”

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Última Atualização: 13/08/2024