A imprensa francesa analisa o risco de uma guerra regional no Oriente Médio, caso o Irã e seus aliados cumpram a ameaça de uma resposta armada após o assassinato do líder do Hamas (atribuído a Israel), e a morte do comandante militar do Hezbollah em um ataque cuja autoria foi reivindicada por Israel.

Os Estados Unidos alertaram para a possibilidade de uma série de “ataques significativos” do Irã contra Israel nesta semana, e, juntamente com França, Alemanha, Reino Unido e Itália, pediram que Teerã “desista” dessa ameaça. Rússia e China também buscam evitar uma escalada. No entanto, o presidente iraniano, Masud Pezeshkian, disse que seu país tem “o direito de responder” a qualquer agressão.

O braço militar do Hamas anunciou ontem que seus combatentes mataram um refém israelense e feriram duas reféns mulheres em incidentes separados na Faixa de Gaza.

O jornal Le Monde se interroga se as reuniões de negociação previstas na quinta-feira entre os mediadores do conflito – Estados Unidos, Egito e Catar – serão a última oportunidade de evitar um conflito regional. O Hamas deu um sinal verde para retomar as discussões com base no plano em três etapas proposto pelos americanos, mas Israel nunca aderiu de fato à proposta, aponta o jornal. “Uma trégua ou qualquer forma de cessação das hostilidades, congelaria provavelmente a escalada”, acredita o veículo.

Mas, segundo Gershon Baskin, analista político israelense, o governo israelense bloqueia a retirada de suas tropas de duas zonas críticas na Faixa de Gaza – o corredor de Netzarim, no centro do território, e a zona tampão de Filadélfia, na fronteira com o Egito. “De forma discreta, americanos, egípcios e israelenses negociam para encontrar uma solução a fim de que essa faixa da Filadélfia não seja usada no futuro pelo Hamas para contrabando de armas”, explica a reportagem.

O portal de notícias France Info destaca a resposta do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ao seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, que acusou o líder conservador de “retardar” um acordo de trégua. “Quando Gallant adota a narrativa anti-Israel, ele reduz as chances de chegar a um acordo para libertar os reféns”, disse o primeiro-ministro israelense em comunicado emitido por seu gabinete. “Israel tem apenas uma escolha: a vitória total, o que significa a eliminação das capacidades militares e de governança do Hamas e a libertação dos reféns (…); todos são obrigados a respeitar isso, incluindo Gallant”, acrescentou.

Le Figaro destaca que se houver uma retaliação iraniana de hoje a quinta-feira, as negociações para um cessar-fogo serão afetadas.

Categorizado em:

Governo Lula,

Última Atualização: 13/08/2024