Diplomacia paralela: governador Kicillof viaja a Brasília para se reunir com Alckmin, Haddad e Vieira

O governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, realizará amanhã uma ação de diplomacia provincial e viajará ao Brasil para se reunir com os principais ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em busca de financiamento e aumento do comércio com o principal parceiro comercial da Argentina.

O anúncio foi feito após o governo federal de Javier Milei ter excluído a província de Buenos Aires de um dos principais projetos de gás da Argentina, o escoamento marítimo do gás produzido nos megacampos de Vaca Muerta, na província de Neuquén, no sul do país.

O ministro do governo de Buenos Aires, Carlos Bianco, anunciou que Kicillof terá uma agenda de alto nível na Esplanada dos Ministérios.

Kicillof se reunirá com o vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

“São três reuniões muito importantes”, disse Bianco. Além disso, haverá uma reunião com líderes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de acordo com Bianco.

O objetivo é “avançar nas ações de cooperação econômica em termos de investimentos e projetos produtivos” no distrito de Buenos Aires.

Existe a possibilidade de que Kicillof seja recebido pelo presidente Lula, que ainda não se reuniu com seu colega argentino, Javier Milei.

Milei ainda não viajou ao Brasil em uma visita de Estado, mas o fez para se encontrar com o ex-presidente Jair Bolsonaro em junho passado durante uma convenção de extrema direita em Balneário Camboriú.

O libertário argentino se recusou a pedir desculpas a Lula por tê-lo chamado de comunista e ladrão para estabelecer um relacionamento, de modo que as relações entre os principais parceiros do Mercosul estão em níveis ministeriais e técnicos da diplomacia.

Kicillof é considerado o principal líder da oposição ao governo de Milei e é candidato à presidência para 2026.

Doutor em Economia pela Universidade de Buenos Aires com medalha de ouro, Kicillof é um keynesiano do movimento peronista que foi ministro da Economia no final do segundo governo de Cristina Kirchner (2007-2015).

O objetivo é “avançar as ações de cooperação econômica em termos de investimento e projetos produtivos para a província de Buenos Aires”, disse Bianco.

A delegação incluirá os ministros do governo, Carlos Bianco; da Fazenda, Pablo López; e a ministra das Comunicações, Jesica Rey.

Em março passado, o governador de Buenos Aires realizou uma videoconferência com a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco do BRICS, Dilma Rousseff.

Um dos pontos discutidos foi que o banco do BRICS “poderia fornecer empréstimos à província de Buenos Aires” para a realização de grandes obras.

O portfólio de investimentos do NDB inclui “programas de infraestrutura em transporte, energia renovável, água e saneamento, desenvolvimento urbano e projetos ambientais”, entre outros.

Buenos Aires é a maior província da Argentina em termos de tamanho econômico e população. Contribui com 39% do PIB da Argentina, um impacto semelhante ao do estado de São Paulo no Brasil.

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Última Atualização: 12/08/2024