Os Jogos Olímpicos de Paris, encerrados no domingo (11), encerram 128 anos de predomínio masculino entre os atletas das 48 modalidades praticadas. Foram as Olimpíadas mais femininas da história.

Pelos números finais divulgados no site oficial dos Jogos, participaram desta edição 5.655 homens e 5.455 mulheres. A diferença de 0,9% entre os gêneros se deve, em grande medida, ao torneio de futebol, em que havia mais seleções masculinas (16) que femininas (12).

Para Sofia Müller, presidente do Comitê Olímpico Internacional, “foram os primeiros Jogos com uma agenda plena de paridade. Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 foram os Jogos Olímpicos de uma nova era”.

Foram criadas novas competições mistas, como o revezamento no triatlo. Em alguns esportes, entre eles o futebol, a final feminina foi disputada após a masculina, invertendo uma ordem “tradicional” de fundo machista.

A cerimônia de abertura dos Jogos também teve um aceno a um episódio quase desconhecido até recentemente, e resgatado graças ao esforço de revisão da história oficial do esporte. Em 1922, a francesa Alice Milliat (1899-1938) organizou as primeiras Olimpíadas Femininas, enfrentando preconceito e falta de apoio oficial.

O diretor da festa de abertura de Paris, Thomas Jolly, fez questão de exibir uma estátua de Milliat em um “quadro” sobre dez mulheres injustiçadas pela história. O sucesso foi tanto que a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, quer instalar as estátuas em definitivo em um parque da capital francesa.

A inserção da participação feminina nos Jogos foi um processo lento e gradual, que demorou mais de um século para se concretizar. Para se ter uma dimensão, na última edição dos Jogos de Paris, em 1924, a participação feminina era de menos de 5% do total de atletas participantes.

Em números totais apenas 135 mulheres estavam competindo entre os mais de 3 mil atletas homens participantes naquela edição dos jogos.

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Última Atualização: 12/08/2024