O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou ser um “presidente de transição” durante a sua primeira entrevista concedida após abandonar a disputa presidencial.

Em uma entrevista gravada e exibida pela emissora CBS, Biden explicou que sua decisão de abandonar a corrida presidencial foi motivada por preocupações de que sua candidatura poderia intensificar as divisões dentro do Partido Democrata. Ele temia que o racha custasse assentos aos democratas no Congresso.

Biden explicou que vários democratas da Câmara e do Senado temiam que a sua presença na disputa pudesse prejudicar as campanhas, especialmente em um momento crítico para manter a maioria nas duas casas.

Ao insistir na candidatura, explicou, o foco da mídia e dos adversários se voltaria para ele e sua relação com figuras como a ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, desviando a atenção das questões fundamentais para os eleitores.

“O que aconteceu foi que muitos dos meus colegas democratas na Câmara e no Senado acreditavam que minha candidatura poderia prejudicá-los nas eleições. Eu estava preocupado que, se continuasse na disputa, isso se tornaria o principal tópico de discussão”, afirmou Biden. “Achei que seria uma distração real.”

Presidente de transição

Segundo Biden, ele é um ‘presidente de transição’ desde que assumiu o posto, ao vencer Donald Trump, em 2020. Sua ideia inicial, defendeu, nunca foi repetir o mandato e pretendia ‘preparar o terreno para uma nova geração de líderes democratas’.

“Quando concorri pela primeira vez, pensei em mim mesmo como um presidente de transição”, disse Biden. “Mas as coisas começaram a acontecer tão rapidamente que isso não aconteceu como imaginei.”

A desistência, abrindo espaço para Kamala Harris, permitiu, portanto, a retomada do plano inicial.

De volta ao posto de ‘presidente de transição’, Biden deve fazer sua primeira aparição na campanha nas próximas semanas após seu discurso na Convenção Nacional Democrata.

Ele então deve ter uma agenda de campanha limitada, estrategicamente aparecendo em estados-chave, como a Pensilvânia.

Ameaça democrática

Em uma das partes mais contundentes da entrevista, Biden voltou a criticar o ex-presidente Donald Trump, classificando-o como uma “ameaça à democracia” e expressando dúvidas sobre a possibilidade de uma transferência pacífica de poder, caso Trump perca as próximas eleições.

“Marque minhas palavras. Se ele vencer esta eleição, observe o que acontece…”, alertou Biden. “Ele é um perigo genuíno para a segurança americana.”

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Última Atualização: 12/08/2024