O presidente Lula (PT) lamentou a morte do ex-ministro da Fazenda Antonio Delfim Netto, aos 96 anos, nesta segunda-feira 12. Por meio de nota, o petista relembrou as divergências com o economista que “participou muito da elaboração das políticas econômicas” dos primeiros mandatos petistas.

“Na minha campanha em 2006, pedi desculpas publicamente porque ele foi um dos maiores defensores do que fizemos em políticas de desenvolvimento e inclusão social que implementei nos meus dois primeiros mandatos”, pontuou Lula. “Quando o adversário político é inteligente, nos faz trabalhar para sermos mais inteligentes e competentes“.

O presidente também lembrou a morte da economista Maria da Conceição Tavares, que faleceu recentemente. “Fica o legado do trabalho e pensamento dos dois, divergentes, mas ambos de grande inteligência e erudição, para ser debatido pelas futuras gerações de economistas e homens públicos”.

Delfim Netto estava internado desde o dia 5 de agosto no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, devido a complicações em seu quadro de saúde.

Professor emérito da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Delfim Netto foi um dos mais longevos ministros da Fazenda do País.

Ele serviu como ministro da Fazenda entre 1967 e 1974, período conhecido como o “milagre econômico”, quando o País alcançou um crescimento recorde de 14,4% do PIB, com uma inflação controlada em 12%.

Autor de mais de dez livros e centenas de artigos e estudos sobre a economia brasileira, Delfim Netto manteve-se ativo no debate público até o fim da vida, escrevendo para os jornais Folha de S. Paulo e Valor Econômico e outros cerca de 70 periódicos em todo o País. Delfim foi também colaborador de CartaCapital por 25 anos, desde a primeira edição, em 1994.

Delfim Netto deixa uma filha e um neto.

Não haverá velório aberto ao público. O sepultamento também será realizado apenas na presença de familiares.

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Última Atualização: 12/08/2024