Todo poder aos conselhos operários e estudantis!
A palavra de ordem que precedeu a Revolução de Outubro não foi para Bangladexe, mas sim para uma revolução que não ocorreu.
A liderança dos protestos em Bangladexe é uma organização estudantil chamada Estudantes Contra a Discriminação, que representa um estrato superior da juventude, estudantes universitários.
A greve não aconteceu de fato. Todo poder aos conselhos operários e estudantis! transformou-se em todo poder aos conselhos estudantis, e apenas dos estudantes universitários da ECD, que se autoproclamaram líderes desse movimento com grande capacidade de violência.
A RCI apontou a fórmula do sucesso para os revolucionários bengalis: a criação de comitês de luta em todo o país, a greve geral e a substituição do domínio dos chefes nas fábricas e dos tribunais.
Os estudantes desarmados misteriosamente impuseram uma derrota ao exército conspiracionista. O chefe do governo interino, escolhido pelos estudantes revolucionários, é Muhammad Yunus, banqueiro e ganhador do Prêmio Nobel da Paz.
A política da RCI é resultado da aplicação de fórmulas prontas para situações políticas diversas. É resultado de análise abstrata em que todo levante não apenas é progressista, como popular.
A indústria têxtil bengali retomou suas operações dois dias após a publicação do artigo da RCI.
A análise de classe foi totalmente deixada de lado pela organização que se reivindica do trotskismo, o que os colocou a reboque da política imperialista que organizou um verdadeiro escarcéu ao redor da situação em Bangladexe.
O governo de Hasani recusou-se a oferecer seu território para a instalação de uma base norte-americana, bem ao lado da fronteira da China.
Com o benefício do decorrer de pouco menos de uma semana, temos essa realidade: um governo de um banqueiro, com apoio dos militares que, ao não reprimirem os estudantes, chancelaram sua indicação.
O caminho a seguir já foi traçado pelo próprio movimento. Estudantes e trabalhadores demonstraram enorme capacidade de organização. Eles já começaram a criar comitês de luta em todo o país após a convocação dos coordenadores.
Agora, a greve geral deve continuar, e a liderança deve instar as massas a estender os comitês para cobrir todos os locais de trabalho, todas as comunidades e todas as instituições de ensino. As bases do exército devem ser convocadas a formar seus próprios comitês, excluindo os oficiais, para que possam controlar as conspirações do exército.
Esses comitês começariam imediatamente a substituir o domínio dos chefes nas fábricas e dos tribunais e da polícia localmente, libertando os companheiros que foram presos sem esperar por um mandado de um magistrado local nomeado pela Liga Awami.