Uma pesquisa recente revela que quase metade dos eleitores da cidade de São Paulo não compareceria às urnas se o voto fosse facultativo. Segundo o estudo, 53% dos entrevistados afirmaram que iriam às urnas de qualquer forma, mesmo se o voto não fosse obrigatório.
No entanto, apesar dessa possível abstenção, a pesquisa também aponta que 7 em cada 10 entrevistados acreditam que o resultado das eleições para prefeito terá um impacto direto em suas vidas.
O levantamento, realizado nos dias 6 e 7 de agosto com 1.092 pessoas, mostra uma relação significativa entre o engajamento político e a renda e escolaridade. Entre os eleitores que ganham até dois salários mínimos ou possuem apenas o ensino fundamental, 58% afirmam que não votariam se tivessem a opção, enquanto no geral, esse número é de 46%.
Outro grupo que apresenta uma maior tendência a não votar são os evangélicos, os eleitores que se identificam como centristas e aqueles que pretendem votar no apresentador José Luiz Datena.
Entre os eleitores que estão dispostos a votarem mesmo sem a obrigação, estão os moradores de São Paulo mais ricos, mais escolarizados, identificados com a centro-esquerda e os que preferem o deputado federal Guilherme Boulos.
Quando questionados sobre a obrigatoriedade do voto, 52% dos moradores de São Paulo se mostraram contrários a essa exigência, com maior destaque entre os homens e os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Por outro lado, 46% são favoráveis ao voto obrigatório, com destaque para as mulheres, os jovens de 16 a 24 anos e os eleitores do presidente Lula.
O engajamento eleitoral também varia conforme o candidato preferido. A vontade de votar, em uma escala de 0 a 10, é maior entre os eleitores de Boulos, com média de 7,8, seguido pelos apoiadores do atual prefeito Ricardo Nunes com 6,8, e Pablo Marçal com 6,6. A menor média de vontade de votar é observada entre os eleitores de Datena, com 4,9.
Apesar de muitos eleitores expressarem desinteresse pelo voto, 70% dos entrevistados reconhecem que o resultado da eleição para prefeito terá impacto direto em sua vida. Além disso, 63% discordam da afirmação o voto individual não faz diferença, demonstrando que, mesmo com a possibilidade de abstenção, muitos ainda consideram o voto um instrumento importante de mudança.
Outro dado relevante é que 85% dos entrevistados afirmam que é tradição em sua família ir votar nas eleições, o que sugere que, para muitos, o ato de votar vai além do dever cívico e está enraizado em práticas culturais e familiares.
No Brasil, o voto é obrigatório para todos os alfabetizados com idades entre 18 e 70 anos, sendo facultativo para adolescentes de 16 a 18 anos, idosos acima de 70 anos e analfabetos. Quem não comparece às urnas pode justificar a ausência no dia da eleição ou até 60 dias depois, caso contrário, deverá pagar uma multa.