O golpe de Estado em Bangladesh foi uma surpresa para a maior parte dos brasileiros, que não acompanha de perto a política no sul da Ásia. Um governo ligado a Índia e a China foi derrubado e substituindo por um governo de um banqueiro leal aos EUA. O país da reviravolta pode ter impressionado muitas, mas os golpes de Estado em 2024 estão longe de serem incomuns. O imperialismo quer disciplinar todos os países para a guerra que se prepara.
A crise global do capitalismo gerou um enfraquecimento gigantesco da ditadura global do imperialismo. Alguns países do mundo então começaram a desafiar, inclusive militarmente, o imperialismo. A Rússia é o principal, junto a China e ao Irã. Mas há muitos outros, na América Latina, Cuba, Venezuela e Nicarágua. Na África, o Níger, Máli e Burquina Fasso se levantam. E de forma geral os países oprimidos tendem a se afastar do imperialismo.
A política da OTAN em relação à Rússia e do imperialismo no Oriente Médio no pacífico aponta para uma guerra em grande escala. Diante disso, é preciso que as nações do mundo se comportem como lacaios. Países como a Austrália, por exemplo, são importantes como base militar para atacar a China. Mas é preciso que haja disciplina no mundo inteiro. Nesse sentido, todos os países onde possa haver um governo pró-imperialista se tornam passíveis de golpe.
Todo o entorno da Rússia é vítima disso. A Geórgia está sob constante ataque, no centro da Ásia houve várias tentativas. Recentemente houve casos de tentativa de assassinato do primeiro-ministro da Eslováquia e tentativa de golpe na Geórgia. No sul da Ásia, dois países foram vítimas de golpe, o Paquistão, em 2022, e Bangladesh na última semana. Neste caso a principal vítima é a Índia, mas tanto o Irã quanto a China também são afetados.
Nesse sentido, a América Latina tenta se tornar um verdadeiro campo de batalha. O continente é a principal base do mais importante imperialismo do mundo, os EUA. Isso explica a agressividade com a Venezuela. Também explica o fenômeno de Jair Bolsonaro na Argentina. O caso dele é emblemático, pois é um sionista de primeira linha, ou seja, apoia a guerra imperialista mais violenta de todas.
Tudo indica que a atual etapa da luta política mundial é de uma nova onda de golpes de Estado. O imperialismo quer Jair Bolsonaro ou Muhammad Yunus, o banqueiro de Bangladesh. Em meio a uma possível guerra entre Rússia, China e Irã contra os EUA, um governo Lula, por exemplo, é um enorme entrave. A fraqueza do imperialismo é enorme e por isso necessitam por a casa em ordem. O mundo se realinha para a guerra, o imperialismo atua nesse processo de forma violenta.