Os seguros tendem a ficar mais caros. João Silva, da Nova Solução, explica que os motivos que levaram a esse aumento têm relação com os desastres naturais, como o que aconteceu no Rio Grande do Sul. Registros apurados pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) mostram que as seguradoras detectaram 57.045 avisos de sinistro desde o início de maio.
Como as catástrofes ambientais afetam no valor dos seguros?
De acordo com a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), após a tragédia causada pelas fortes chuvas no estado do Rio Grande do Sul, em maio, os pedidos de indenizações dos clientes junto às seguradoras alcançaram, até o final de julho, R$ 5,6 bilhões. Os seguros Habitacional, Residencial, Automóvel, Condomínio, Empresarial, Riscos de Engenharia, Transportes, Rural, Crédito e Riscos Operacionais estão entre os principais seguros mais acionados.
E o pagamento dos seguros tem sido ágeis?
Muitas seguradoras já indenizaram, inclusive com bastante agilidade. Aquilo que é mais fácil avaliar o tamanho da indenização, como seguro de automóvel, está sendo muito ágil. Os seguros habitacionais cobrem apenas o imóvel, enquanto os residenciais cobrem também os objetos que estão dentro do domicílio, caso esteja detalhado no contrato. As regulações dos sinistros empresariais são mais demoradas, porque é preciso fazer vistoria, avaliação de perdas, quantificação dos prejuízos e cálculo da indenização. Contudo, várias seguradoras, face as evidências claras da causa do sinistro, alagamento / inundação, estão adiantando as indenizações para possibilitar uma rápida recuperação das atividades empresariais, evitando assim aumento das indenizações de lucros cessantes.
Muitas empresas tiveram danos ou perda total no Rio Grande do Sul. Como arcar com esse tipo de custo?
O Seguro de Lucros Cessantes tem como objetivo garantir a situação financeira da empresa contra perdas financeiras, em caso de sinistros que interfiram no andamento de seus negócios. Cobre despesas operacionais e perdas de receita por um período indenitário predefinido, no qual a empresa permanece fechada ou impossibilitada de operar normalmente em virtude de dano físico ao negócio provocado por um risco coberto. Quanto mais rápido as empresas reiniciarem as atividades produtivas e comerciais, menores as indenizações que as seguradoras terão que efetuar.
Foram quantos registros?
Conforme registros apurados pela CNseg, em quantidade, as seguradoras registraram 57.045 avisos de sinistro desde o início de maio. As solicitações definidas como Outros (Empresarial, Transporte, Riscos Diversos e Riscos de Engenharia) totalizam 7.133 pedidos de indenizações, somando R$ 817,9 milhões. Grandes Riscos alcança pagamentos superiores a R$ 2,8 bilhões, sendo até agora o que registrou o maior volume de indenizações. Já são 821 sinistros avisados.
Existe seguro para praticamente tudo?
O mercado de seguros fornece uma escala de produtos e serviços que tem implicações para o cotidiano das pessoas, das empresas e da economia. Além de proteger grande quantidade de ativos e vidas no país e participar de todos os setores da economia nacional, a indústria de seguros ajuda a gerenciar riscos, mobiliza poupança e, sobretudo, facilita investimentos estratégicos. Gerenciar riscos, de forma responsável, tem implicações diretas nos resultados e na sobrevivência das empresas, inclusive junto aos seus clientes e fornecedores. Não podemos esquecer que a possibilidade de realização do risco nunca é nula, dado a sua característica ou estado do que pode acontecer, aquilo que é possível, que ocorre de maneira inesperada. A probabilidade, por sua vez, pode ser baixa, média ou alta em função da exposição aos riscos. Alguns segmentos empresariais têm maior exposição em função da natureza de suas atividades.