Poucos ouviram falar de Mateus Ribeiro. Menos ainda do “Barco Negro”, sua composição que conquistou o mundo.

Não cheguei a conhecê-lo na noite paulistana, onde ele passou algumas temporadas. Morreu em 1971, quando eu tinha pouco mais de um ano de São Paulo. 

Seu nome era Mateus Ribeiro, nascido em 1915 no Rio Grande, cidade gaúcha. Começou nas bandas de sua cidade, mudou-se para o Rio de Janeiro e era um dos reis do sincopado nos anos 50 e 60, de uma escola de interpretação fantástica que teve, também, os cariocas Ciro Monteiro e Moreira da Silva, os paulistas Germano Mathias e Vassourinha e os nordestinos Jackson do Pandeiro e Genival Lacerda.

Fez sucessos, como “Meu Fraco é Mulher”.

Mas seu grande sucesso, com inúmeras gravações internacionais, foi “Barco Negro”.

A música foi inspirada em seu clássico “Mãe Preta”, gravado em 1942 pelo conjunto Tocantins

A música fala da mãe preta, as escravas que criaram os sinhozinhos, uma das mais expressivas (e desconhecidas) denúncias musicais contra o racismo.

A música chegou ao conhecimento de Amália Rodrigues, a maior intérprete do fado. A letra foi censurada pelo regime de Salazar. Trocou-se a letra e a nova música foi “Barco Negro”, composição lindíssima, com inúmeras gravações internacionais, instrumentais e cantadas, e interpretada no ritmo do fado. O letrista é David Mourão.

Entre os intérpretes está George Melachrino, arranjador inglês de músicas leves, o guitarrista português Custódio Castelo, jovens cantoras portuguesas, como Cuca Roseta, e clássicas, como Amália Rodrigues, uma grande cantora brasileira, Daúde, até a moderna música eletrônica de Amor Electro

Quando a música estourou, Mateus Ribeiro mudou-se para Paris onde permaneceu por 10 anos cantando na noite. Depois, montou uma casa de show em São Paulo

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Última Atualização: 10/08/2024