ART da American Eagle. Foto: reprodução

O acidente aéreo que causou a morte de 62 pessoas em Vinhedo, São Paulo, na última sexta-feira (9), envolvendo a aeronave ATR-72 da Voepass, tem a formação de gelo como uma das prováveis causas da queda. Com 58 passageiros e 4 tripulantes a bordo, o avião perdeu altitude drasticamente, caindo cerca de 4 mil metros em apenas um minuto.

A principal hipótese que está sendo investigada pelas autoridades é a formação severa de gelo nas asas, uma condição que já causou outros acidentes fatais com esse mesmo modelo de aeronave.

O caso de Vinhedo remete a um incidente similar ocorrido em 1994, nos Estados Unidos, quando o voo 4184 da American Eagle, também um ATR-72, caiu após enfrentar condições severas de gelo durante o trajeto entre Indianápolis e Chicago. Na ocasião, a aeronave perdeu o controle e caiu em um campo em Roselawn, Indiana, matando todos a bordo.

A investigação revelou que o gelo acumulado nas asas foi o principal fator que comprometeu a estabilidade e a aerodinâmica do avião, levando à tragédia que deixou 68 mortos.

Enquanto a aeronave da VoePass foi filmada em movimento conhecido como “parafuso chato”, girando no próprio eixo, o avião nos Estados Unidos virou “de cabeça para baixo”, como mostra uma simulação feita pela investigação na época. Veja:

O diretor de operações da Voepass, Marcel Moura, reconheceu a sensibilidade do ATR-72 ao gelo, afirmando que a aeronave possui características que a tornam mais suscetível à formação de gelo em voo.

“O avião é sensível ao gelo. Pode ser um ponto de partida na investigação, mas ainda é cedo para saber a causa do acidente”, disse Moura. Ele também destacou que a aeronave estava operando dentro das condições normais de voo no momento da decolagem.

Destroços do avião da VoePass que caiu em Vinhedo (SP). Foto: Reprodução

O engenheiro aeronáutico e perito criminal Celso Faria de Souza, especializado em acidentes aeronáuticos, afirmou que há 95% de chance de a formação de gelo nas asas ser a principal causa do acidente em Vinhedo.

“Havia previsão de formação de gelo na área do acidente. É possível que o gelo tenha se formado na asa da aeronave, e o sistema de degelo, por algum motivo, não tenha funcionado. Isso faria com que o avião perdesse sustentação, resultando na queda que observamos no vídeo”, explicou Souza.

A investigação ainda está em andamento, e a hipótese de formação de gelo não é descartada pelas autoridades, sendo considerada uma linha forte de apuração. A Aeronáutica, por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), está conduzindo as investigações para determinar as causas exatas da tragédia.

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Última Atualização: 10/08/2024