A boxeadora argelina Imane Khelif conquistou, nesta sexta-feira 9, a medalha de ouro na categoria até 66kg nas Olimpíadas de Paris. Ela venceu a chinesa Tang Liu.
“Estou muito feliz. Durante oito anos esse foi o meu sonho e agora sou campeã olímpica”, comemorou a vencedora. “Quero agradecer a todas as pessoas que vieram me apoiar. A todo o povo da Argélia, à minha equipe e ao meu treinador”, completou.
Khelif sofreu uma onda de desinformação nas redes na última semana, sua estreia nos Jogos Olímpicos de Paris. A adversária italiana Angela Carini abandonou a luta contra Khelif na categoria até 66 quilos, apontando, sem mais detalhes, fortes dores no nariz.
O evento desencadeou uma torrente de comentários transfóbicos, acusando a argelina de ter ‘nascido homem’. No entanto, não há evidências de que Imane Khelif seja uma mulher trans: alguém identificado como homem ao nascer, mas cuja identidade de gênero não corresponde ao sexo biológico.
O próprio Comitê Olímpico Internacional (COI) já reforçou que Khelif é uma mulher cisgênero. O “discurso de ódio” nas redes sociais é “inaceitável” e está alimentando uma “agenda” política, afirmou Thomas Bach, presidente do COI.
“Nunca houve dúvida de que são mulheres”, disse. “Nasceram mulheres, cresceram mulheres, têm passaporte como mulheres e competiram como mulheres durante vários anos”.
(Com informações da Agência France-Presse).