A Petrobras apresentou um resultado negativo de R$ 2,6 bilhões em seu balanço referente ao segundo trimestre de 2024, devido a eventos únicos ocorridos no 2T24 que afetaram o resultado contábil.

Segundo o balanço trimestral, o principal item que afetou o resultado foi a adesão da Petrobras, em junho, ao edital de contencioso tributário, que permitiu o encerramento de disputas judiciais envolvendo afretamentos de embarcações ou plataformas e seus respectivos contratos de prestação de serviços.

Tal acordo trouxe previsibilidade para os recursos a serem gastos pela empresa e evitou custos financeiros com a manutenção de garantias judiciais e outras despesas processuais.

A variação cambial Real X Dólar também foi expressiva no último trimestre, e impactou o resultado contábil devido principalmente a obrigações em dólar entre empresas do Sistema Petrobras, mas sem afetar o caixa da companhia.

Ao mesmo tempo, o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado no período foi de R$ 49,7 bilhões. O lucro sem eventos exclusivos do período foi de R$ 28 bilhões.

Já o fluxo de caixa operacional (FCO, que indica a capacidade da empresa de gerar recursos a partir de suas operações regulares) de R$ 47,2 bilhões, superior ao observado no primeiro trimestre do ano.

No mesmo período, a dívida bruta da Petrobras apresentou queda de cerca de US$ 2,2 bilhões, o equivalente a 3,6%, em comparação ao trimestre anterior, atingindo US$ 59,6 bilhões. A dívida financeira diminuiu cerca de US$ 1,4 bilhão, o equivalente a 5,1%, para US$ 26,3 bilhões, o menor nível desde 2008.

Apesar das perdas, acionistas vão receber R$ 13,6 bilhões

Embora a estatal tenha fechado o balanço trimestral no vermelho, os acionistas da empresa vão receber um total de R$ 13,6 bilhões em dividendos no mesmo período.

“No primeiro semestre do ano, recorrendo, pela segunda vez, às suas reservas estatutárias de remuneração de capital, a Petrobras já distribuiu R$ 27 bilhões em dividendos aos seus acionistas, valor 31% superior ao lucro líquido registrado no período (R$ 20,6 bilhões)”, lembra o diretor técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Mahatma Ramos dos Santos.

Sobre o resultado da empresa, Santos destaca que a geração de caixa permanece “resiliente”, mesmo com a queda no volume de receitas e vendas no mercado interno, a qual foi compensada pelo aumento nas exportações no trimestre, em especial de petróleo.

Outro destaque apontado pelo representante do Ineep foi a redução entre 21,6% e 27,0% do volume de investimentos para o ano de 2024, que “reflete, sobretudo, uma redução no patamar de investimentos no segmento de exploração e produção, associado às incertezas quanto ao avanço ou não sobre novas fronteiras exploratórias ainda em 2024.”

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 09/08/2024