O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o aumento recente na inflação era esperado pelo governo federal, atribuindo-o ao cenário econômico internacional e à recente desvalorização do dólar.
Isso ocorreu após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelar que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,38% em julho, atingindo uma inflação acumulada de 4,5% nos últimos 12 meses, o limite da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
“O BC tem mandato para cuidar da inflação (…) O BC tem falado a respeito, o dólar teve uma queda significativa nos últimos dias. E a gente espera que esses números [da inflação] convirjam para patamares inferiores. Mas nós esperávamos, em função do que está acontecendo no mundo, que houvesse alguma mexida na inflação nesse ano”, explicou Haddad.
Em relação às taxas de juros, Haddad enfatizou a necessidade de cautela na análise futura. Ele comentou que o governo seguirá monitorando a situação de forma diligente: “Vamos acompanhar com calma, o BC já parou os cortes. Nós vamos acompanhar com calma e analisar com calma. Há muita coisa para acontecer esse ano, sobretudo no cenário internacional. Temos de ter cautela agora”.
Durante a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a taxa básica de juros foi mantida em 10,5% ao ano.
No entanto, a ata da reunião indicou preocupação com a alta recente do dólar e seu potencial impacto inflacionário, com o Banco Central afirmando que “não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado”.
“Observou-se que, se tais movimentos se mostrarem persistentes, os impactos inflacionários decorrentes podem ser relevantes e serão devidamente incorporados pelo Comitê. Em função disso, o Comitê avaliou que o momento é de acompanhamento diligente dos condicionantes da inflação e de maior vigilância perante um cenário mais desafiador”, adicionou o BC.