O principal diplomata da China, Wang Yi, realizou conversas telefônicas com os ministros das Relações Exteriores do Egito e da Jordânia, condenando o assassinato do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã no dia 31 de julho. Wang Yi apelou para que diferentes partes trabalhem juntas para evitar a escalada do conflito e formem uma coalizão internacional visando alcançar um cessar-fogo em Gaza.

O Hamas nomeou Yahya Sinwar, considerado um linha-dura, como sucessor de Haniyeh. Países árabes esperam que a China possa desempenhar um papel crucial na diminuição das tensões, reconhecendo os esforços chineses na reconciliação regional, conforme analisam especialistas.

O Ministério das Relações Exteriores da China divulgou detalhes das conversas de Wang Yi com Badr Abdelatty, Ministro das Relações Exteriores do Egito, e Ayman Safadi, Vice-Primeiro-Ministro e Ministro das Relações Exteriores da Jordânia. Wang reiterou a oposição da China ao assassinato de Haniyeh e destacou que retaliações só perpetuam um ciclo de violência.

Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, em uma entrevista coletiva em Pequim em março de 2019

Wang também enfatizou que alcançar um cessar-fogo completo e permanente em Gaza é crucial para evitar uma maior deterioração da situação, e que a comunidade internacional deve ter uma postura mais coesa sobre o tema.

Liu Zhongmin, professor do Instituto de Estudos do Oriente Médio da Universidade de Estudos Internacionais de Xangai, comentou que Egito e Jordânia, sendo vizinhos das partes em conflito, têm uma abordagem cautelosa em relação à situação e buscam o engajamento da China devido ao seu histórico de mediação.

Os conflitos no Oriente Médio envolvem não apenas a questão palestino-israelense, mas também as políticas dos EUA e do Irã. Esforços conjuntos são necessários para abordar a crise.

Escalada de tensões

Com a retaliação do Irã contra Israel iminente após o assassinato de Haniyeh, países regionais e grandes potências estão ativamente engajados na diplomacia para evitar uma guerra total. O Ministro das Relações Exteriores da Jordânia visitou o Irã recentemente, enquanto o Secretário do Conselho de Segurança da Rússia também esteve no país.

O presidente dos EUA, Joe Biden, contatou líderes da Jordânia, Catar e Egito para discutir maneiras de reduzir as tensões regionais.

Sun Degang, diretor do Centro de Estudos do Oriente Médio na Universidade Fudan, afirmou que as políticas dos EUA contribuíram para a escalada da situação no Oriente Médio. Ele destacou que a nomeação de Sinwar, um linha-dura, pode indicar uma mudança na abordagem do Hamas, possivelmente buscando uma aliança com o Irã, os Houthis e o Hezbollah.

Analistas afirmam que, independentemente de como a crise evolua, o ciclo de retaliação entre Irã e Israel continuará a piorar as relações diplomáticas regionais. Para romper esse ciclo vicioso, a negociação e o acordo político são essenciais, conforme defendido pela China e muitos outros países.

Com informações do Global Times

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Última Atualização: 08/08/2024