O panorama de instabilidade no mercado financeiro global nos últimos negócios trabalhou a favor do Banco Central brasileiro, que reforçou o tom firme na Ata do Copom, mas pediu mais tempo para tomar uma decisão. O BC foi enfático em dizer que “não hesitará” em aumentar a Selic, caso o cenário piorasse, mas também afirmou que não há estratégia definida e pode simplesmente manter os juros em 10,5% por um período prolongado.
De um modo ou de outro, o tom foi mais severo em relação ao comunicado da reunião na semana passada, e isso será fundamental para que o BC ganhe mais credibilidade durante as incertezas em torno da transição para a presidência do Banco. O tamanho da ata desta reunião já demonstra como o cenário ficou mais desafiador, com sete parágrafos a mais em relação ao texto da reunião de junho. O parágrafo mais importante é o 25, no qual o BC entrega os três principais recados: não há cenário fechado sobre o que vai fazer, pode manter a Selic, pode aumentar a taxa.