Iryna Ilyashenko ao lado das ginastas medalhistas. Foto: reprodução

Após a conquista de medalhas nos Jogos Olímpicos de Paris, incluindo o bronze por equipes, a treinadora da seleção brasileira de ginástica artística, Iryna Ilyashenko, disse em entrevista à Folha de S.Paulo que as atletas são seres superiores. Antes da prova coletiva, Flávia Saraiva caiu no aquecimento e sofreu um corte no supercílio, o que não a tirou da competição.

A treinadora relembrou um incidente na União Soviética, onde um ginasta teve que competir mesmo após perder a memória. “A Flávia também. Ela caiu, se levantou sangrando. Você acha que ela, em algum momento, pensou em não competir? Nem passou isso pela cabeça de ninguém, nem da Flávia, nem do treinador”, exemplificou Iryna.

Ao todo, o Brasil conquistou 4 medalhas em Paris, com Rebeca Andrade alcançando duas pratas, no individual geral e no salto, e um ouro no salto. A campanha histórica, porém, não causou euforia nela, que afirmou estar com a adrenalina em baixa. “Quando tudo isso acaba, cai a emoção, cai a adrenalina, cai tudo”, comentou a treinadora, que naturalizou-se brasileira após se mudar de Dnipro, na Ucrânia, para o Brasil em 1999.

A chegada de Iryna e de seu conterrâneo Oleg Ostapenko ao Brasil trouxe mudanças significativas para a equipe. Sob sua orientação, o nível de exigência dos treinos aumentou, e atletas como Daiane dos Santos e Daniele Hypolito destacaram-se, elevando o Brasil a um novo patamar em competições internacionais.

Sobre o ouro conquistado por Rebeca, Iryna disse ter ficado surpresa, especialmente considerando que a ginasta enfrentou Simone Biles, considerada uma das melhores de todos os tempos na modalidade. “Eu nunca vi a Biles cair do jeito que ela caiu, sabe? Eu acho que ela já não está mais aguentando, já chegou no limite dela”, disse.

Questionada sobre a possibilidade de surgir uma nova ginasta como medalhista de ouro, a treinadora foi otimista: “Claro, daqui a pouco vai nascer. Antes tinha a Daiane [dos Santos], a Daniele [Hypólito]. E nasceu a Rebeca. E depois vai nascer outra. Pode ser uma Natália, uma Helena. É claro que vai nascer. São ciclos. Quando um deles termina, as pessoas vão embora, outros talentos surgem”.

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Última Atualização: 06/08/2024