Os relatos de prisioneiros palestinos revelam uma política de “abuso institucionalizado” pelo governo de Israel, com registros sistemáticos de maus tratos, segundo um relatório do grupo de direitos humanos B’Tselem.
A instituição entrevistou 55 ex-prisioneiros palestinos que ficaram alojados em 16 prisões e centros de detenção administrados pelas Forças de Defesa de Israel (IDF), mapeando a escala e a natureza dos abusos cometidos.
Os ex-detentos listaram abusos que vão de espancamentos severos e violência sexual até rações de fome, recusa de cuidados médicos e privação de necessidades básicas, como água, luz natural, eletricidade e saneamento, sabão e absorventes higiênicos para mulheres.
Embora o Serviço Prisional de Israel (IPS) e o IDF neguem as denúncias, existem indícios de que os maus tratos se tornaram parte integrante do sistema de detenção israelense a partir do momento em que o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, foi encarregado pela gestão do sistema prisional.
Desde então, Ben-Gvir começou a se livrar do que chamou de “regalias” para os presos palestinos, como pão fresco, e limitou o tempo de banho a quatro minutos.
Também foram feitos relatos de tratamento arbitrário e degradante desde o ataque realizado pelo Hamas em 07 de outubro – o que foi apontado como o único vislumbre do mundo exterior das condições dentro das prisões, já que Israel negou acesso a advogados, familiares e inspetores da Cruz Vermelha.
Pelo menos 60 pessoas morreram sob custódia israelense desde que a guerra em Gaza começou, em comparação com uma ou duas mortes no ano anterior.