O dólar fechou o pregão desta segunda-feira 5 em alta de 0,56%, cotado a 5,74 reais, o maior nível desde dezembro de 2021. Na máxima do dia, a moeda norte-americana chegou a 5,86 reais.

Já o Ibovespa encerrou o dia em queda de 0,46%, aos 125.270 pontos.

O desempenho do dólar e da bolsa no Brasil acompanhou o dia de tensão nos mercados de todo o mundo, uma consequência da preocupação de investidores com a possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos.

A bolsa de Nova York levou um tombo: em sua pior sessão desde 2022, o índice Dow Jones fechou em baixa de 2,60%. O tecnológico Nasdaq, que opera em níveis mínimos desde maio, perdeu 3,43%, enquanto o S&P 500 amargou um prejuízo de 3%.

“Há um caos no mercado financeiro”, afirmou Stephen Innes, analista da SPI Asset Management, citado pela agência AFP. O “gatilho”, segundo ele, foi o relatório sobre o emprego nos Estados Unidos publicado na última sexta-feira 2, que mostrou uma desaceleração maior que o previsto, com uma taxa de desemprego de 4,3% em julho.

As bolsas europeias também terminaram em forte queda nesta segunda. Paris perdeu 1,42%, Londres 2,04%, Frankfurt 1,82%, Madrid 2,34% e Milão 2,27%.

Na Ásia, o Nikkei 225, principal índice da Bolsa japonesa, desabou 12,4%, a pior queda em pontos de sua história. Taiwan e Seul caíram mais de 8%.

O endurecimento da política monetária do Banco do Japão e a valorização do iene se somaram aos temores de recessão nos Estados Unidos, provocando a redução do índice japonês.

Os números do emprego nos EUA deram aos investidores a impressão de que o Federal Reserve [o banco central americano] pode ter adiado os cortes nas taxas de juros por muito tempo, arriscando provocar uma recessão, segundo Mark Haefele, diretor de investimentos do UBS Global Wealth.

Para combater a inflação, o Fed levou suas taxas de juros ao nível mais alto em 20 anos, entre 5,25% e 5,50%, uma tentativa de desacelerar a economia americana.

Até aqui, analistas estimam que a situação econômica no país se mantinha sólida e a inflação havia desacelerado. Agora, porém, os mercados acreditam que o Federal Reserve terá de cortar suas taxas de forma mais acentuada do que o planejado para evitar uma recessão.

(Com informações da AFP)

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Última Atualização: 05/08/2024