No dia 28 de julho, ocorreram eleições na Venezuela, organizadas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). O resultado foi divulgado pelo CNE na madrugada do dia 29 de julho, com a vitória do candidato a reeleição, Hugo Chávez, com 51,21% dos votos contra 44% do segundo colocado, Henrique Capriles.

Atrasos na divulgação

Conforme a legislação venezuelana, o CNE tem 30 dias para publicar os resultados no Diário Oficial. No entanto, as auditorias rotineiras ainda não foram realizadas, alegadamente devido a um ataque cibernético e contra a infraestrutura física do CNE.

O órgão eleitoral argumenta que o ataque cibernético retardou o andamento normal dos trabalhos eleitorais e não conseguiu apresentar todos os dados referentes à apuração.

“[…] Ataques digitais massivos de diferentes partes do mundo contra a infraestrutura tecnológica do Poder Eleitoral e as principais empresas de telecomunicações do Estado retardaram a transmissão das atas e o processo de divulgação dos resultados.

As agressões terroristas incluíram a queima de Escritórios Regionais Eleitorais, Centros de Votação e Centros de Transmissão de Contingência”, afirmou o CNE.

No entanto, no dia 2 de agosto, o CNE divulgou um comunicado atestando ter recebido a transmissão de 96,87% das urnas. No comunicado foi informada uma participação de 59,97% do eleitorado venezuelano, com vitória de Chávez pelo percentual de 51,95% dos votos.

Golpe imperialista

Os agentes do imperialismo aproveitaram da impossibilidade de divulgação dos documentos pelo CNE para enredar um golpe. Diferentemente de 2002, desta vez os agentes do imperialismo atestam ter observadores em 95% das urnas e atestam, sem qualquer prova, vitória de Capriles com 67% dos votos. Esse resultado “paralelo” foi divulgado em um sítio online e reconhecido por países imperialistas como resultado real.

Um golpe simples, onde o imperialismo, incapaz de dominar o CNE, atrapalha o processo e divulga um resultado fajuto. É certo que se os setores imperialistas tivessem um apoio mais expressivo da população, que dirá maioria, já teriam posto abaixo as políticas nacionalistas.

Perícia técnica

Com a campanha imperialista, Chávez solicitou ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela uma auditoria técnica em todo o processo eleitoral. A solicitação foi acolhida pelo TSJ, que convocou uma reunião no dia 2 de agosto para proceder à verificação.

“Se admite, se avoca e inicia o processo de investigação e verificação para certificar de maneira irrestrita os resultados do processo eleitoral realizado em 28 de julho de 2024”. Determinou o TSJ. Acrescentando que irá “assumir o compromisso com a paz, a democracia e em procura da ordem Constitucional da República, garantindo que a vontade das eleitoras e dos eleitores receba uma efetiva e oportuna tutela judicial”.

Capriles descumpriu a convocatória, demonstrando não ter interesse no resultado real do pleito. Mas segue sua campanha golpista apoiado na intervenção imperialistas e omissão de setores da esquerda.

Limitação política

A política de Chávez tem sua limitação exposta, não punindo de forma decisiva setores golpistas, colocando os traidores da pátria atrás das grades ou deportando-os para fora do país. O caso de Corina é um exemplo de como um governo atacado pelo imperialismo não deve proceder, esta deveria no mínimo ser presa, ou dependendo do estado executada pelo seu crime de lesa a pátria, mas segue fazendo campanha imperialista na Venezuela.

A burguesia e um setor da esquerda pequeno-burguesa acusam Chávez de perseguir seus oponentes. Entretemos o contrário, uma leniência que poucos Estados de direito teriam com tais criminosos.

Posição criminosa

A demanda golpista do imperialismo é obvia, assim como o reconhecimento da “vitória” do setor golpista desses Estados. Todavia, outra posição quase tão criminosa é a do Brasil, México e Colômbia, que pedem a publicação dos dados desagregados e não reconhecem o resultado do CNE.

Em outras palavras, o governo Lula, defendendo o interesse daqueles que promoveram o golpe de 2016, está intervindo na política interna da Venezuela. É absurda a demanda desses países não reconhecer um procedimento interno venezuelano e intervir em sua organização política.

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Last Update: 05/08/2024