O programa TVGGN 20H da última sexta-feira (2) contou com a participação do economista Paulo Nogueira Batista, que abordou a tentativa de intervenção norte-americana no resultado das eleições venezuelanas, que segue o padrão de sempre.

“Eles estão de olho nos recursos naturais da Venezuela, o petróleo, e querem colocar ali gente que trabalhe por eles, serviçais deles. A Venezuela tem uma elite péssima, pior que a nossa.” 

Batista ressaltou a duplicidade de padrão dos Estados Unidos, uma vez que a Arábia Saudita, que é claramente uma ditadura, merece apoio estadunidense, enquanto a Venezuela não.

“Agora, o [Nicolás] Maduro [presidente venezuelano] faz umas coisas complicadas realmente. O ataque à Guiana na tentativa de recuperar território que seja mais da metade do território da Guiana cria um tumulto na América do Sul que o Brasil não vai endossar e nem deve”, comenta.

Farsa

O economista também criticou a chamada “comunidade internacional”, composta pelos Estados Unidos, Canadá, Japão, Nova Zelândia, Austrália, Singapura e Coréia do Norte. Juntos, os países somam 15% da população mundial, mas acreditam que devem seguir ditando o que deve acontecer nas demais regiões do mundo. O mundo, no entanto, mudou.

“A gente não pode esquecer que os Estados Unidos e a Europa confiscaram as reservas da Venezuela cinicamente, as reservas de ouro e da petroleira venezuelana. Virou uma pirataria o que está sendo feito contra os países que não agradam à comunidade internacional, que é uma das maiores farsas que existe”, observou o convidado.

Oriente Médio

Paulo Nogueira Batista comentou ainda como o ataque de Israel ao Irã na última semana pode ter desdobramentos, especialmente em relação aos impactos do mercado do petróleo.

“Por isso que os mercados estão tão nervosos depois do ataque de Israel ao Teerã, todo mundo preocupado com o que pode acontecer em termos de mercado de petróleo e efeitos da inflação, quando a economia americana e europeia não estão muito bem das pernas, com problemas de sustentação do crescimento. Então, não é de se surpreender que esteja havendo essa inquietação toda”, comenta o economista.

A reação do Irã ao ataque no país que levou à morte de Ismail Haniyeh, o nome mais importante do braço político do Hamas, é esperada com aflição pela comunidade internacional, pois pode expandir o conflito no Oriente Médio.

Batista afirma que, no seu ponto de vista, o Irã não deseja ser arrastado para uma guerra, mas que se encontra em um dilema complicado, pois não deveria aceitar tantos atos de provocação do governo israelense.

Ao longo da entrevista com o jornalista Luís Nassif, Paulo Nogueira Batista analisou ainda a economia brasileira.

Categorizado em:

Governo Lula,

Última Atualização: 04/08/2024