O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, condenou os ataques inaceitáveis nas redes sociais contra duas boxeadoras que participam dos Jogos de Paris-2024, cuja exclusão vem sendo pedida por suspeitas sobre seu gênero.
A argelina Imane Khelif e a taiwanesa Lin Yu-ting, que vão lutar por medalhas, estão no centro de uma polêmica após terem sido reprovadas em um teste de elegibilidade de gênero para o Mundial feminino de boxe disputado no ano passado.
As imagens da vitória de Khelif sobre a italiana Angela Carini provocaram um incêndio nas redes sociais com uma legião de usuários questionando se a boxeadora argelina é uma mulher, enquanto figuras políticas conservadoras pediram a exclusão de Khelif e Lin dos Jogos de Paris.
Alimentando uma agenda política
O discurso de ódio nas redes sociais é inaceitável e está alimentando uma agenda política, afirmou Thomas Bach em entrevista coletiva em Paris.
Nunca houve dúvida de que são mulheres, insistiu o presidente do COI. Nasceram mulheres, cresceram mulheres, têm passaporte como mulheres e competiram como mulheres durante vários anos.
Qualquer um que questione as duas boxeadoras deve apresentar uma nova definição com base científica de quem é uma mulher e como é possível alguém que nasceu, foi criada, compete e tem passaporte como mulher não pode ser considerada mulher, ressaltou Bach, respaldando a postura do COI em defesa das boxeadoras.
A favor do boxe em 2028
A desclassificação de Khelif e Lin do mundial de 2023 foi decidida pela Associação Internacional de Boxe (IBA), que o COI retirou da organização do torneio olímpico de Paris por falta de transparência.
Quanto às dúvidas sobre a continuidade do boxe no quadro olímpico, Bach se pronunciou a favor da presença da modalidade nos Jogos de Los Angeles-2028.
O COI e A IBA mantêm um conflito de longa data, especialmente em relação aos escândalos de arbitragem nas competições de boxe.
Última Atualização: 03/08/2024