Em 3 de agosto de 1959, o Porto de Bissau, na Guiné-Bissau, foi palco de um evento trágico que mudaria o curso da história do país. Operários, que carregavam e descarregavam navios, iniciaram uma greve reivindicando melhoras salariais e condições de trabalho. O que começou como um protesto pacífico terminou em um banho de sangue quando a polícia colonial portuguesa abriu fogo contra os manifestantes, resultando na morte de cerca de cinquenta trabalhadores.
No início da década de 1950, a Guiné-Bissau era uma colônia portuguesa. As condições de trabalho nos portos eram extremamente precárias, com jornadas exaustivas e remuneração insuficiente. Os operários, cansados de serem explorados, decidiram se organizar e exigir mudanças. A greve de 1959 foi um reflexo do crescente descontentamento com a opressão colonial.
Na manhã de 3 de agosto, os operários se reuniram no Porto de Pidjiguiti. A tensão era palpável, mas o espírito de união entre os trabalhadores era forte. Eles esperavam que suas reivindicações fossem atendidas, mas, em vez disso, enfrentaram a brutal repressão das autoridades portuguesas. Os tiros disparados contra a multidão desarmada ecoaram por toda Bissau, deixando um rastro de sangue e sofrimento.
O Massacre de Pidjiguiti não foi em vão. Ele marcou o início de uma resistência mais organizada contra o colonialismo português. Em resposta à violência, Amílcar Cabral fundou o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que se tornou o principal movimento de libertação nacional. A luta armada, liderada pelo PAIGC, culminou na independência da Guiné-Bissau em 1973, reconhecida oficialmente após a Revolução dos Cravos em Portugal, em 1974.
Hoje, o Massacre de Pidjiguiti é lembrado como um símbolo de resistência e sacrifício na luta pela independência. No local do massacre, foi erguido o monumento “Mão de Timba”, que homenageia os trabalhadores que perderam suas vidas naquele dia.