A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos foi criticada por autoridades religiosas e líderes políticos conservadores de todo o mundo, e agora está sendo investigada por assédio cibernético contra o seu diretor artístico, Thomas Jolly.
A DJ francesa Barbara Butch, que participou da cerimônia, também registrou queixas por cyberbullying após receber ameaças de morte nas redes sociais.
Jolly apresentou queixa à Brigada de Repressão à Delinquência Contra a Pessoa, explicando que foi alvo de mensagens com ameaças e insultos criticando sua orientação sexual e supostas origens israelenses.
As acusações incluem ameaças de morte devido à sua origem, ameaças de morte devido à sua orientação sexual, insulto público devido à sua origem, insulto público devido à sua orientação sexual e difamação.
O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris indicou que prestou apoio aos autores e artistas da cerimônia e condenou veementemente as ameaças e o assédio.
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, prestou apoio inabalável a Thomas Jolly diante das ameaças e assédios de que é vítima.
“Autores no exterior”
A cena da cerimônia intitulada “Festividade” alimentou a polêmica nos círculos conservadores e de extrema direita no exterior, bem como na França.
A imagem de um grupo sentado a uma mesa, incluindo várias drag queens famosas, foi interpretada por alguns como uma paródia da Última Ceia, o que os organizadores negam.
O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, chamou a cena de “desgraça”, enquanto o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu ao Papa Francisco que “levantasse a voz” com ele contra a “propaganda perversa” transmitida pela cerimônia.
A investigação das ameaças contra Thomas Jolly foi confiada ao Escritório Central de Combate aos Crimes Contra a Humanidade e aos Crimes de Ódio, disseram fontes próximas.
Muitas mensagens de ódio foram escritas em inglês, e tudo indica que há autores no exterior.