Titular da pasta da Igualdade Racial falou da importância das ações da gestão Lula, destacou a transversalidade nas políticas públicas, combate às fake news e à violência política

No Café PT desta quinta-feira (1º), a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou diversos temas sobre a política brasileira contemporânea e as ações afirmativas na defesa da igualdade racial no país pelo governo Lula.

A ministra ressaltou a importância da transversalidade nas ações governamentais, do combate às notícias falsas e da violência política enfrentada pelas lideranças negras petistas.

Anielle Franco falou sobre o cenário encontrado ao assumir o Ministério da Igualdade Racial, após anos de desmonte das políticas públicas de igualdade racial no governo Bolsonaro.

“Encontramos um cenário de ausência completa de investimentos em políticas públicas para a igualdade racial, mesmo com 57% da população brasileira sendo negra”, afirmou.

Ela enfatizou que o primeiro ano de governo foi particularmente desafiador, pois foi necessário priorizar as ações mais urgentes. “Foi um ano e meio de muitos desafios, mas conseguimos transversalizar as políticas públicas, pautando saúde, educação, empregabilidade e segurança pública.”

O ministério destacou a importância de medidas como a renovação da Lei de Cotas no ensino superior, que ampliou significativamente o acesso de estudantes negros às universidades brasileiras.

“Sair de 3,2% para mais de 57% de presença de negros nas universidades é um avanço enorme”, celebrou Anielle, mencionando também a ampliação das cotas em concursos públicos, ainda em trâmite, como uma política essencial para a construção de um Brasil mais justo e igualitário.

Gestão Lula e combate às fake news

Anielle Franco elogiou o presidente Lula, destacando sua habilidade de governar com um olhar humanizado e sua dedicação às questões sociais.

“Lula é um líder extraordinário, capaz de transformar realidades com políticas públicas que priorizam as pessoas mais vulneráveis”, declarou. O ministério também envolveu o simbolismo das ações de Lula, como o decreto dos 50%, assinado em 21 de março, que não trouxe custos financeiros ao governo, mas teve um impacto político significativo ao reafirmar o compromisso com a igualdade racial.

Abordou também o problema das fake news, que tem sido um desafio constante para o governo e para a sociedade brasileira. “O combate às fake news é essencial para manter a democracia. Temos que lutar contra a desinformação, que muitas vezes é usada para espalhar o ódio e dividir o país o país”, enfatizou Anielle.

Lideranças negras e violência política

Outro tema de destaque no Café PT foi a representatividade das mulheres negras na política brasileira. A ministra citou as deputadas federais, Benedita da Silva (PT/RJ), Talíria Petrone (PSOL) e Carol Dartora (PT/PR), que enfrentaram inúmeras formas de violência política.

“Quando Marielle foi assassinada, ficou claro para mim que aquilo era um ato de violência política de gênero e raça. E isso não parou; continuamos a ver ataques diários contra mulheres negras na política”, afirmou. Anielle relatou que ela mesma, assim como seus colegas, recebe ameaças constantes, seja por meio de notícias falsas ou de ataques diretos.

Ela relatou ainda uma conversa com Benedita da Silva, uma das pioneiras na luta por igualdade racial e de gênero no Brasil. “Benedita sempre me diz como é difícil se manter na política, enfrentar o racismo e a misoginia. É um desafio constante, mas não podemos desistir”, disse Anielle.

A ministra enfatizou que essas formas de violência são tentativas de intimidar e silenciar mulheres negras na política, mas destacou a importância de continuar a luta por espaços de poder e voz. “Não podemos permitir que nos calem. Precisamos continuar ocupando esses espaços para garantir que nossas vozes ou sejam vidas e que nossas pautas sejam discutidas”, afirmou.

A filiação ao PT e a importância das eleições municipais

Anielle Franco também falou sobre sua recente filiação ao Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras (PT), um momento que, segundo ela, foi muito aguardado.

“Sempre me senti petista. Minha família tem uma longa história de militância no movimento negro e sempre apoiou o PT”, revelou. Ela contou que o presidente Lula brincava frequentemente sobre sua filiação, e que a oficialização foi um momento especial, comemorado com muita emoção.

Ela também discutiu a importância das eleições legislativas de 2024, destacando que essas eleições são fundamentais para garantir uma representação política alinhada com as políticas públicas do governo Lula.

“As eleições legislativas são um reflexo do que virá nas eleições nacionais. Precisamos eleger vereadores e prefeitos comprometidos com a igualdade, com a justiça social e com o projeto de país que queremos construir”, afirmou Anielle. Ela expressou sua esperança de que mais mulheres, especialmente mulheres negras, fossem eleitas para cargos públicos, fortalecendo a representatividade e a luta contra a desigualdade.

Da Redação da Agência PT

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Última Atualização: 02/08/2024