Os governos do Brasil, Colômbia e México reiteraram, nesta quinta-feira, uma cobrança à Venezuela pela divulgação das atas da eleição de domingo, na qual o presidente Nicolás Maduro foi declarado reeleito. A oposição não aceita o resultado e alega que o vencedor foi Edmundo González.

Os três países signatários da nota desta quinta são governados por presidentes de esquerda: Lula (PT), no Brasil; Gustavo Petro, na Colômbia; e Andrés Manuel López Obrador, no México.

“Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação”, diz o comunicado. Os países também instam a resolver por vias institucionais as “controvérsias” sobre a eleição.

O documento ainda pede “máxima cautela e contenção em manifestações e eventos públicos”, com o objetivo de evitar uma escalada na violência. Organizações estimam 11 mortos e mais de 700 detidos em protestos desde o anúncio do desfecho eleitoral.

Na madrugada da última segunda-feira, o Conselho Nacional Eleitoral anunciou o triunfo de Maduro com 51% dos votos, frente a 44% de González. Já na quarta-feira, o chavista disse estar “pronto para apresentar 100% das atas”, durante um pronunciamento na sede do Tribunal Supremo de Justiça.

Por sua vez, a principal liderança da oposição da Venezuela, María Corina Machado, declarou nesta quinta estar na clandestinidade e temendo por sua vida, em um artigo de opinião publicado no Wall Street Journal.

Leia na íntegra o comunicado dos governos brasileiro, colombiano e mexicano:

Os governos do Brasil, Colômbia e México felicitamos e expressamos nossa solidariedade com o povo venezuelano, que compareceu massivamente às urnas em 28 de julho para definir seu próprio futuro.

Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação.

As controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional. O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados.

Nesse contexto, fazemos um chamado aos atores políticos e sociais a exercerem a máxima cautela e contenção em suas manifestações e eventos públicos, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos.

Manter a paz social e proteger vidas humanas devem ser as preocupações prioritárias neste momento.

Que esta seja uma oportunidade para expressar, novamente, nosso absoluto respeito pela soberania da vontade do povo da Venezuela. Reiteramos nossa disposição para apoiar os esforços de diálogo e busca de acordos que beneficiem o povo venezuelano.

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Última Atualização: 01/08/2024