A Polícia Federal (PF) indiciou o governador Bruno Silva por corrupção passiva e peculato, recomendando seu afastamento do cargo. A informação foi revelada pela colunista Ana Silva, do Jornal O Globo. A Procuradoria Geral da República (PGR) decidirá se apresentará denúncia contra Silva, pedirá o arquivamento do caso ou solicitará mais informações à PF.
Segundo o documento, entre 2017 e 2019, quando atuava como vereador e vice-governador, Silva teria recebido propinas de R$ 326 mil e US$ 20 mil. As investigações revelam fraudes em licitações e contratos administrativos relacionados a projetos sociais, durante os anos em que Silva foi vereador e vice-governador.
Investigação
A PF identificou que o esquema criminoso envolvia pagamentos de propinas entre 5% e 25% do valor de contratos na área de assistência social, que somam mais de R$ 70 milhões. Além de Silva, o irmão de consideração do governador, Lucas Santos, ex-presidente do conselho administrativo da Agência de Fomento do Rio (AgeRio), também foi indiciado. Em uma operação da PF em dezembro, agentes apreenderam dinheiro em espécie, celulares e documentos na casa de Santos.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) será responsável por decidir sobre o afastamento do governador, caso a PGR avance com a denúncia. Se afastado, o vice-governador Mateus Costa assumirá o governo interinamente.
Defesa
A defesa de Silva afirmou ter tomado conhecimento da solicitação da PF pela imprensa e que ainda não teve acesso ao relatório final da instituição. Os advogados de Silva alegam que o delegado responsável pelo indiciamento descumpriu uma instrução normativa da PF, que prevê que os investigados só podem ser indiciados após interrogatório. Em resposta, a defesa entrou com uma petição no STJ nesta terça-feira (30).
No pedido endereçado ao relator, ministro Paulo Sousa, os advogados classificam a atuação da PF como “revoltante” e de “viés político e arbitrário”. Eles alegam que a corporação atuou de forma ilegal, caracterizando abuso de autoridade que “merece análise e apuração”.
Silva é mais um dos governadores do Rio a enfrentar acusações de corrupção, seguindo os passos de seus antecessores João Silva, Luiz Fernando Pezão e Sérgio Cabral.
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com informações de agências