Khelif, boxeadora argelina da categoria até 66kg, está no centro de uma polêmica nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Khelif, juntamente com a taiwanesa Lin Yu-ting, foi desclassificada no campeonato mundial de boxe do ano passado em Nova Delhi, na Índia, após reprovação em testes de gênero. Apesar disso, o Comitê Olímpico Internacional (COI) autorizou ambas a competir nas Olimpíadas.
Nesta edição, em Paris, uma nova polêmica: Angela Carini, boxeadora italiana que enfrentou Khelif na primeira rodada, abandonou a luta após 46 segundos.
A lutadora alegou dores intensas no nariz como motivo da desistência, descartando qualquer relação com a polêmica envolvendo Khelif, mas o caso gerou grande repercussão. “Recebi dois socos no nariz e não estava conseguindo respirar. Isso me fez muito mal”, explicou Carini.
URGENTE – Angela Carini abandona a luta contra uma mulher trans nas olimpíadas de Paris!
Ela foi admitida na competição pelo comitê olímpico! pic.twitter.com/WFtehOfibD
— SPACE LIBERDADE (@NewsLiberdade) August 1, 2024
No mundial do ano passado, a Associação Internacional de Boxe (IBA) desclassificou Khelif e Yu-ting devido à presença de cromossomos XY, conforme divulgado pelo presidente da IBA, Igor Kremlev. Ele declarou que as atletas foram excluídas por não atenderem aos critérios de elegibilidade. A decisão levantou questões sobre a integridade e transparência da IBA.
Desde então, o COI baniu a IBA do circuito olímpico devido a falhas recorrentes em sua governança, incluindo manipulação de resultados e corrupção. A IBA, suspensa desde 2019, não pôde organizar o torneio de boxe das Olimpíadas de Tóquio, o que gerou ameaças de exclusão da modalidade em Paris. Apesar do banimento, o boxe continua sendo disputado nos Jogos Olímpicos.
Segundo o jornal britânico The Guardian, o sistema oficial do COI confirma que Khelif e Yu-ting foram desclassificadas em testes de gênero no ano passado. Khelif foi desclassificada poucas horas antes de sua luta pela medalha de ouro no Campeonato Mundial de 2023, devido a níveis elevados de testosterona. Yu-ting, por sua vez, perdeu sua medalha de bronze após não cumprir os requisitos de elegibilidade baseados em um teste bioquímico.
Khelif se pronunciou após a desclassificação, alegando ser vítima de uma “grande conspiração”.
Ministra italiana se manifestou
Após o recente caso, a Ministra da Família da Itália, Roccella, expressou preocupação com a inclusão de atletas transgêneros nas competições de boxe feminino.
Ela destacou a necessidade de critérios claros e rigorosos para garantir a equidade e a segurança nas competições olímpicas.
Enquanto isso, Lin Yu-ting, a outra boxeadora envolvida na polêmica, estreia na categoria até 57kg nesta sexta-feira, 2, contra Sitora Turdibekova, do Uzbequistão.
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