São Paulo – Organizações de imprensa e direitos humanos manifestaram apoio ao jornalista Juca Kfouri, que foi alvo de ataques por organizações sionistas. Particularmente da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp). As críticas a Kfouri surgiram após a publicação de um artigo na Folha de S. Paulo. Lá, ele criticou a arbitrariedade do Comitê Olímpico Internacional (COI). O jornalista apontou a discrepância entre a decisão do COI de não banir atletas israelenses ou estadunidenses das Olimpíadas de Paris, apesar da guerra em Gaza. Enquanto isso, proibiu atletas russos de participar devido à guerra na Ucrânia.

Apoio da Associação Brasileira de Imprensa

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) divulgou uma nota expressando solidariedade a Juca Kfouri. A ABI afirmou ser “inaceitável que a Fisesp continue fazendo ameaças e posts ofensivos nas redes sociais contra jornalistas. E que mais uma vez rotule como antissemita todos aqueles que condenam o terror que o Estado de Israel vem infligindo aos palestinos”. A associação repudiou os ataques que Kfouri vem sofrendo, classificando a acusação de antissemitismo feita pela Fisesp como “descabida e infundada”.

Manifestação do Instituto Vladimir Herzog

O Instituto Vladimir Herzog também se posicionou em defesa de Kfouri, afirmando que “os ataques e acusações a Juca Kfouri nada mais são do que uma inaceitável tentativa de intimidar e descredibilizar o trabalho jornalístico”. A entidade destacou a importância de defender a liberdade de expressão e o trabalho dos jornalistas, especialmente em contextos de conflitos e violações de direitos humanos.

Contexto dos Ataques contra Juca Kfouri

As críticas de Kfouri e a subsequente reação da Fisesp inserem-se em um contexto mais amplo de censura e intimidação enfrentada por aqueles que criticam as ações de Israel na Faixa de Gaza. A entidade sionista acusou o jornalista de antissemitismo, uma acusação que tem sido dirigida a diversas outras personalidades que denunciam os ataques israelenses na região.

Reação da comunidade Jornalística

A comunidade jornalística tem reiterado a importância de proteger o direito à livre expressão e de garantir que jornalistas possam trabalhar sem medo de represálias. Os ataques a Juca Kfouri foram condenados por entidades de imprensa e direitos humanos. Elas enfatizam que a crítica a políticas de estado não deve ser confundida com preconceito ou ódio religioso.

A situação destaca a necessidade contínua de vigilância e solidariedade para com aqueles que exercem o jornalismo de forma crítica e independente.

Confira a nota da ABI na íntegra

A ABI se solidariza com o jornalista Juca Kfouri, alvo de ataques por questionar, em artigo publicado em 24 de julho, na Folha de S. Paulo, a decisão do COI – Comitê Olímpico Internacional de permitir a participação de Israel nos Jogos Olímpicos 2024.

Nas Olimpíadas de Paris, o Comitê Olímpico permitiu a participação, tanto de Israel, promotor de verdadeiro genocídio de palestinos, como dos Estados Unidos, que, com sua conhecida atitude belicista, respaldam os ataques israelenses e, consequentemente, o assassinato de inocentes. Em compensação, esse mesmo COI impediu que Rússia e Bielorrússia participassem dos Jogos Olímpicos pelo envolvimento dos dois países na guerra contra a Ucrânia.

É inaceitável que a Fisesp – Federação Israelita do Estado de São Paulo, pelas redes sociais, continue com ameaças e ataques a jornalistas (rotulando-os de antissemitas) por exercerem seu direito crítico de opinião/expressão, justamente por não compactuarem com o terror que o Estado de Israel inflige a palestinos, incluindo mulheres e crianças totalmente inocentes.

Impedir críticas de quem quer que seja é uma prática cada vez mais comum aos grupos de extrema direita, principalmente quando fica difícil defender ideias em contrário.

Rio de Janeiro, 30 de julho de 2024

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Última Atualização: 31/07/2024