Estatísticas divulgadas nesta quinta-feira (1) pelo IBGE indicam que a taxa de desemprego no trimestre encerrado em julho deste ano manteve a trajetória de recuperação, sinalizando uma reação positiva da economia nacional a políticas do governo associadas ao fomento da produção e fortalecimento do mercado interno através da redistribuição da renda, como é o caso da valorização do salário mínimo, dos investimentos no programa Minha Casa, Minha Vida e do Bolsa Família, entre outras.
Em julho, o percentual de desocupados que procuraram emprego nos últimos 30 dias recuou a 6,8%. Foi a menor taxa de desemprego para trimestres terminados em julho desde 2014, quando a taxa também ficou em 6,8%.
A taxa de subutilização da força de trabalho igualmente caiu e ficou em 16,3%.
Recuperação da economia
São dados positivos, que refletem a recuperação da economia e do mercado de trabalho.
Mas, é bom assinalar que – ao contrário do que sustentam alguns observadores – a situação do mercado de trabalho está longe de configurar o pleno emprego.
O número de trabalhadores e trabalhadoras desempregadas no Brasil ainda é alto e deve ser fonte de preocupação das autoridades.
Segundo o IBGE, a população desocupada soma 7,4 milhões, número que sobe a 10,9 milhões com a incorporação dos desalentados (3,2 milhões de desempregados de longa data que desistiram de procurar emprego).
Já a população subutilizada, embora também em queda, ainda soma 18,9 milhões.
O número de empregados com carteira de trabalho no setor privado (excluindo trabalhadores domésticos) chegou a 38,4 milhões, novo recorde da série histórica da PNAD Contínua, iniciada 2012.
Outro dado positivo foi o avanço da renda auferida pela classe trabalhadora (1,9% no trimestre e 6,1% no ano).
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A taxa de desocupação (6,8%) no trimestre encerrado em julho de 2024 recuou um ponto percentual (p.p.) frente ao trimestre de janeiro a março de 2024 (7,8%) e caiu 1,2 p.p. ante o mesmo trimestre móvel de 2023 (7,0%). Essa foi a menor taxa de desocupação para um trimestre encerrado em julho desde 2014 (6,8%).
Indicador/Período | Abr-jul-ago 2024 | Jan-fev-mar 2024 | Abr-jul-ago 2023 |
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Taxa de desocupação | 6,8% | 7,8% | 7,0% |
Taxa de subutilização | 16,3% | 17,8% | 17,5% |
Rendimento real habitual | R$ 3.234 | R$ 3.182 | R$ 3.064 |
Variação do rendimento habitual em relação a: | 2,0% | 6,2% |
A população desocupada (7,4 milhões) recuou nas duas comparações: -12,2% (menos 944 mil pessoas) no trimestre e -12,5% (menos 1,1 milhão de pessoas) no ano. Foi o menor contingente de desocupados desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015.
A população ocupada (102,2 milhões) foi novo recorde da série histórica iniciada em 2012, crescendo em ambas as comparações: 1,5% (mais 1,5 milhão de pessoas) no trimestre e 3,1% (mais 3,1 milhões de pessoas) no ano. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi a 58,1%, crescendo nas duas comparações: 0,7 p.p. ante o trimestre móvel anterior (57,4%) e 1,3 p.p. no ano (56,8%). Este foi o maior nível de ocupação desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015.
A taxa composta de subutilização (16,3%) recuou em ambas as comparações: -1,4 p.p. no trimestre e -1,3 p.p. no ano. Foi a menor taxa desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015 (16,1%). A população subutilizada (18,9 milhões de pessoas) foi a menor desde o trimestre móvel encerrado em dezembro de 2015 (18,6 milhões), recuando nas duas comparações: -8,5% (menos 1,7 milhão) no trimestre e -6,9% (menos 1,3 milhão) no ano.
A população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas (5,0 milhões) ficou estável nas duas comparações, assim como a população fora da força de trabalho (67,1 milhões).
A população desalentada (3,1 milhões) chegou ao seu menor contingente desde o trimestre encerrado em junho de 2016 (3,0 milhões), recuando 9,4% (menos 314 mil pessoas) no trimestre e 11,8% (menos 414 mil pessoas) no ano. O percentual de desalentados na força de trabalho ou desalentada (2,9%) foi o menor desde o trimestre encerrado em maio de 2016 (2,9%), recuando 0,3 p.p. no mês e 0,4 p.p. no ano.
O número de empregados com carteira de trabalho no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) chegou a 38,4 milhões, novo recorde da série histórica da PNAD Contínua, iniciada 2012. Houve alta de 1,1% (mais 424 mil pessoas) no trimestre e de 4,6% (mais 1,7 milhões de pessoas) no ano. O número de empregados sem carteira no setor privado (13,8 milhões) também foi novo recorde da série histórica, com altas de 3,3% (mais 455 mil pessoas) no trimestre e de 5,5% (mais 744 mil pessoas) no ano.
O número de trabalhadores por conta própria (25,7 milhões) ficou estável nas duas comparações, assim como o número de trabalhadores domésticos (5,9 milhões). O número de empregadores (4,4 milhões) cresceu 4,3% no trimestre (mais 192 mil pessoas) e ficou estável no ano. Já o número de empregados no setor público (13,1 milhões) cresceu 5,6% (mais 734 mil pessoas) no trimestre e 3,8% (mais 503 mil pessoas) no ano.
A taxa de informalidade foi de 38,5% da população ocupada (ou 39,4 milhões de trabalhadores informais) contra 38,8 % no trimestre encerrado em junho e 39,3 % no mesmo trimestre de 2023.
O rendimento real habitual de todos os trabalhos (R$ 3.234) cresceu em ambas as comparações: 2,0% no trimestre e 6,1% no ano. A massa de rendimento real habitual (R$ 325,4 bilhões) atingiu novo recorde, crescendo nas duas comparações: 3,7% (mais R$ 12,1 bilhões) na comparação trimestral e 9,5% (mais R$ 29,4 bilhões) no ano.
Taxa de desocupação – Brasil – 2012/2024
A força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas), no trimestre de julho a setembro de 2024, foi estimada em 110,3 milhões de pessoas. Esta população cresceu nas duas comparações: 0,6% (mais 664 mil pessoas) ante o trimestre encerrado em junho de 2024 e 1,8% (mais 1,9 milhões de pessoas) frente ao mesmo trimestre móvel do ano anterior.
A análise da ocupação por grupamentos de atividade, em relação ao trimestre de janeiro a março de 2024, mostrou aumento nos grupamentos: Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (1,6%, ou mais 283 mil pessoas), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (2,0%, ou mais 247 mil pessoas), Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (5,1%, ou mais 852 mil pessoas) e Outros serviços (2,8%, ou mais 142 mil pessoas). Nos demais grupamentos, não houve variações significativas.
Frente ao trimestre de julho a setembro de 2023 houve aumento nos grupamentos: Construção (5,1%, ou mais 352 mil pessoas), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (2,5%, ou mais 459 mil pessoas), Transporte, armazenagem e correio (7,9%, ou mais 401 mil pessoas), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (7,9%, ou mais 901 mil pessoas), Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (4,0%, ou mais 685 mil pessoas) e Outros serviços (5,9%, ou mais 295 mil pessoas). Houve redução no grupamento de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (4,2%, ou menos 343 mil pessoas).
Taxa composta de subutilização – Trimestres de julho a setembro – Brasil – 2012 a 2024 (%)
A análise do rendimento médio mensal real habitualmente recebido no trabalho principal, segundo os grupamentos de atividade, do trimestre móvel de julho a setembro de 202