O Banco Central congela taxa de juros e estabelece um teto para o crescimento econômico do Brasil

O crescimento do país continuará submetido às rédeas do arrocho monetário. Em reunião na quarta-feira (31), o Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, por unanimidade, manter a taxa básica da economia (a Selic) em 10,50%, a segunda maior do mundo. Embora esperado pelo mercado, o congelamento da Selic impede a ampliação da atividade econômica e penaliza os trabalhadores em prol do rentismo financeiro. A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), classificou a decisão de “insanidade”.

“Não há fundamento econômico, técnico ou coisa que o valha para explicar essa insanidade”, desafiou Gleisi. “É indisfarçável sua intenção política de sabotar o governo do presidente Lula. O prejuízo que ele causou ao país e ao povo brasileiro é a herança da lei que conferiu “autonomia” ao BC, para seguir subserviente ao mercado e aos interesses da extrema direita”, apontou.

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Mais cedo, antes do anúncio do Copom, Gleisi já havia manifestado apoio aos atos contra os juros do BC. “Em todo o país os manifestantes pediram #MenosJurosMaisEmpregos, e exigiram a saída do bolsonarista Campos Neto da presidência do BC. Insistir na segunda maior taxa de juros do planeta é um ataque ao povo brasileiro. Ele precisa lembrar que o projeto de país que beneficia o mercado e os rentistas foi derrotado nas urnas. Precisamos de juros mais baixos para investir na indústria, produção e comércio, e assegurar mais emprego e renda aos trabalhadores e trabalhadoras”, publicou a parlamentar, na rede social “X”.

Na mesma linha, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lamentou a manutenção dos juros no atual patamar. “Esperamos que a Selic volte a ser reduzida o quanto antes. A retomada de cortes é fundamental para a redução do custo financeiro suportado pelas empresas, que se acumula ao longo das cadeias produtivas, e pelos consumidores. Caso contrário, seguiremos penalizando não só a economia brasileira, mas, principalmente os brasileiros, com menos empregos e renda”, advertiu Ricardo Alban, presidente da CNI.

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Sabotagem

A justificativa do Copom para manter a Selic em 10,50% ignora que a inflação e as contas públicas seguem sob controle no país. “O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, afirma, em comunicado.

“O Comitê se manterá vigilante e relembra que eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”, completa.

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O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou Roberto Campos Neto, indicado de Jair Bolsonaro (PL) para presidir o BC, e a política de juros regressiva praticada pela autarquia. “Lamentável! Copom mantém taxa de juros em 10,5%, uma das mais altas do mundo. Roberto Campos Neto continua sabotando o Brasil e a nossa economia!”, afirmou, por meio do “X”.

Da Redação

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