Israel acusa Hesbolá de assassinar 10 crianças, mas não apresenta provas

No dia 27 de julho, um míssil atingiu um campo de futebol nas colinas de Golã, território sírio ocupado por “Israel”, matando 12 civis, incluindo 10 crianças. As autoridades israelenses saíram a campo para culpar o Hesbolá.

O comando militar israelense até especificou o tipo de projétil de artilharia de foguete usado no suposto ataque, que alegou ser o foguete Falaq-1. Por outro lado, a resistência islâmica no Líbano negou totalmente qualquer envolvimento e responsabilidade pelo ataque mortal à vila no Golã.

O jornal Al Maydeen, por sua vez, publicou uma matéria fazendo algumas comparações entre os mísseis que poderiam ter atingido o local, levando em consideração o modelo, impacto, a destruição causada pelo projétil que pode indicar claramente que o Estado fictício de “Israel” poderia ser o causador do ataque que matou as 10 crianças.

De acordo com o Al Maydeen, as características desse míssil, levando em consideração o local atingido, tamanho da cratera, explosão e fogo logo após do impacto são mais parecidas com os mísseis atirados pelo Domo de Ferro dos israelenses. “É altamente provável que falhas em um míssil terra-ar disparado de um lançador do Domo de Ferro logo atrás de Majdal Shams tenham causado o grave massacre”.

“Quanto às evidências coletadas do local do impacto, a cratera formada pelo projétil tem cerca de 2 metros de largura e alguns centímetros de profundidade. Isso indica que a ogiva que detonou na área tem muito menos de 50 kg e está mais próxima da faixa de 10 kg”.

“O foguete Falaq-1 está entre os projéteis de artilharia de foguete mais pesados ​​do Hezbollah, podendo ser disparados de vários lançadores de foguetes e causar grandes danos aos alvos. Por outro lado, a cratera vista em Majdal Shams poderia ser mais atribuída a um míssil Tamir”.

Outro ponto alegado é que é praticamente impossível que o Hesbolá tivesse usado algum tipo de projétil menor do que o Falaq-1 para algum tipo de ataque. A matéria segue apontando que o buraco e as chamas causadas pelo impacto são muito mais parecidas com o que produz o míssil Tamir do Domo de Ferro.

Analisando um vídeo onde se vê uma bola de fogo, o articulista do Al Mayadeen diz que: “Um míssil Tamir lançado de uma posição próxima provavelmente contém uma quantidade substancial de combustível, já que o foguete de defesa aérea foi projetado para voar por cerca de 70 km. Isso significa que a maioria do combustível destinado ao voo do míssil após a decolagem detonou e produziu a bola de fogo”.

A matéria é concluída com o seguinte apontamento: “Apesar das afirmações israelenses de um ataque do Hezbollah usando um foguete Falaq-1, análises substanciais apontam para um míssil interceptador Tamir israelense com defeito como a causa mais plausível da explosão. As discrepâncias no tamanho da cratera, a natureza da explosão e os padrões históricos de alvos do Hesbolá, todos apoiam essa explicação alternativa”.

Durante a Analise Politica Internacional, Rui Costa Pimenta e o Comandante Robinson Farinazzo analisaram o caso, esclarecendo que, apesar de inconclusivas as perícias feitas até o momento para indicar de onde partiu o míssil que atingiu o Golã, os israelenses costumam criar bandeiras falsas para atacar outros grupos ou países inimigos na região.

De acordo com Pimenta, essa seria uma das saídas para a crise ao qual o governo israelense está enfrentando. “Há toda uma pressão para que Israel ocupe o Líbano, pressão interna da extrema-direita. Mas nem os EUA, nem o próprio Netaniahu querem fazer isso. Nem os comandantes das forças armadas, pelos motivos que o Comandante [Robinson] apontou: se eles não conseguiram até agora dominar o Hamas na Faixa de Gaza, como vão dominar o Hesbolá no Líbano, ainda mais quando o Irã declarou que uma guerra total no Líbano é linha vermelha?”

“E se continuar assim, o que vai acontecer é que, quando os israelenses sofrerem uma derrota ou algum tipo de crise militar, os generais vão forçar um acordo. Acho que Netaniahu está esperando que uma de duas coisas aconteça: ou que surja essa crise militar e ele consiga mostrar para a extrema direita que não dá mais, ou que ele consiga algo importante em relação ao Hamas e force uma negociação favorável”.

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