Juliane Furno. Foto: Divulgação

A assessora especial da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Ana Luiza Silva, fez um vídeo comentando a situação econômica da Venezuela e os desafios enfrentados pelo país nos últimos anos.

“Eu me preparei como se estivesse indo para um lugar deserto, preocupada em trazer itens básicos como pasta de dente e remédios, por medo de não encontrá-los lá,” afirmou a assessora, que passa férias no país

A economista comparou a crise econômica venezuelana com a que o Brasil enfrentou durante a pandemia de COVID-19, ressaltando que ambos os países passaram por períodos de desemprego e insegurança alimentar.

Entre 2019 e 2022, a Venezuela experimentou uma situação crítica que levou à emigração de milhões de venezuelanos em busca de melhores oportunidades econômicas, crise que foi exacerbada por fatores internacionais, mas a recuperação econômica do país foi rápida e surpreendente.

Hoje, o país liderado por Nicolás Maduro é a economia que mais cresce no continente, com a menor taxa de inflação e as maiores expectativas de crescimento do FMI para 2024 entre as economias latino-americanas.

Ana Luiza Silva descreveu uma visita a uma manifestação da oposição no último dia de campanha eleitoral. “Havia cerca de 5.000 pessoas, com vários focos de carros de som e microfones, mas parecia dispersa,” relatou. Ela criticou a cobertura da imprensa brasileira da eleição, destacando uma reportagem que descreveu uma marcha da oposição como massiva e reprimida pelo governo, fato que diz não ter presenciado.

“Eu vi o quanto a eleição venezuelana é um carro-chefe, é a batalha campal, é a disputa principal do próximo período”, relata Ana Luiza. “Veja, abram esses veículos de informação, como Folha e Globo, e vejam o quanto eles falam sobre essa eleição e o quanto só falam de uma perspectiva conservadora, de fazer coro com a oposição”.

Elas explicam que a economia venezuelana, historicamente dependente da renda do petróleo e passou por dificuldades devido à queda do preço do barril e às sanções internacionais. No entanto, a partir de 2022, uma série de reformas econômicas e tributárias, juntamente com a dolarização parcial da economia, estabilizou a inflação e impulsionou o crescimento econômico.

“A economia se recuperou muito rapidamente a partir do final de 2022, centrada em aumento da arrecadação fiscal, que aumentou muito através de uma reforma tributária que foi feita aqui”, pontua. “Teve uma reforma cambial, por um lado tem alguns problemas porque em alguma medida dolarizou a economia, mas foi a solução porque o Bolívar já era uma moeda que não tinha mais confiança, tinha um mercado paralelo de câmbio muito grande. Isso fez com que a inflação saísse de algo como 3.000%, inimaginável para nós, para uma inflação hoje em junho de 2024 de 1%.”

Em seu vídeo, destacou também a diversificação da pauta exportadora, com 10% das exportações atuais não sendo de petróleo cru, e a autossuficiência alimentar, com 97% dos alimentos sendo produzidos internamente. “Isso representa uma mudança significativa, comparado ao passado, quando o país importava 90% dos alimentos,” disse.

Com o crescimento econômico contínuo e uma melhora na prosperidade para o povo venezuelano, as expectativas para o futuro são positivas. Ana Luiza Silva finalizou destacando que, de acordo com o FMI, a Venezuela deve ser a economia de maior crescimento na América Latina em 2024.

“Hoje, a estimativa do FMI é que a Venezuela vai ser a economia que mais vai crescer na América Latina em 2024. Ela vem crescendo sistematicamente há sete trimestres, inclusive no segundo trimestre de 2024 foi de 1,7% o crescimento”, finaliza. “Isso tem refletido em menos desemprego, uma situação de um pouco mais de prosperidade para o povo venezuelano, de acesso às mercadorias, aos bens de consumo, uma outra realidade diferente daquela que nós víamos.”

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Última Atualização: 29/07/2024