Em meio às investigações sobre os ataques de 8 de janeiro, novos elementos surgem, envolvendo o coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Jorge Eduardo Naime. Relatos e documentos obtidos pelo Ministério Público Federal (MPF) indicam uma discrepância entre os depoimentos do oficial e a realidade dos eventos.
Depoimentos e Tensão Pré-Ataques
Na semana passa, um ex-empregado do coronel revelou que a atmosfera na casa de Naime era de grande tensão nos dias anteriores aos ataques do dia 8 de janeiro. Segundo ele, havia preparativos para uma fuga para a Bahia, incluindo uma festa em 7 de janeiro enquanto malas eram feitas às pressas. Este relato é contrastante com a versão apresentada por Naime em depoimento.
Contradições em Depoimentos
Ao depor no Supremo Tribunal Federal (STF), Naime alegou que no dia 7 de janeiro não estava na Esplanada, mas em uma boate em Samambaia após uma briga com sua esposa. No entanto, mensagens trocadas com o coronel Paulo José indicam que ele estava ativamente monitorando as operações e possivelmente presente na Esplanada, como afirma o ex-empregado.
Documentos do MPF
Os documentos do MPF são contundentes. Eles mostram que, apesar de formalmente afastado, Naime continuava a exercer atividades de supervisão e estava plenamente ciente das operações. Uma das mensagens de Naime diz: “Eu só fui curiar”, em resposta ao questionamento de Paulo José sobre sua presença na rua, sugerindo que ele estava presente e atuante, ao contrário do que foi dito ao STF.
Além das alegações de omissão, Naime enfrenta acusações nos corredores da corporação por suspeitas de arquitetar um golpe para remover o comandante-geral da PMDF, Fábio Augusto, o que adiciona uma camada de complexidade e intriga ao caso. As evidências sugerem uma coordenação minuciosa e conhecimento das ações, reforçando as suspeitas sobre seu papel nos eventos de janeiro.