No domingo (28), o ex-presidente sul-africano Jacob Zuma foi expulso do Congresso Nacional Africano (CNA), o partido que governa o país desde 1994, sob acusações de liderar um partido rival nas recentes eleições do país.
No final do ano passado, Zuma saiu do então governante CNA, onde venceu duas eleições presidenciais, para se juntar ao recém-formado partido uMkhonto weSizwe (MK). Ele acusou o seu antigo partido de ser responsável pelo colapso das “estruturas democráticas” no país e alertou que perderiam a eleição nacional pela primeira vez desde a abolição do apartheid.
Zuma assumiu pela primeira vez o cargo de presidente da África do Sul em 2009, mas foi perseguido pelo judiciário sob acusações de corrupção. Ele renunciou durante seu segundo mandato em 2018.
Ele se tornou líder do MK em abril, mas foi impedido de concorrer a uma cadeira na Assembleia Nacional na eleição de maio devido a uma condenação anterior.
O CNA iniciou procedimentos disciplinares contra o ex-presidente de 82 anos em 17 de julho, após sua suspensão em janeiro por violar suas leis ao fazer campanha para o partido de esquerda enquanto ainda era membro da coalizão.
O comitê disciplinar considerou Zuma culpado de “prejudicar a integridade” do partido ao se juntar ao MK, afirmou o portal SABC, citando um documento vazado do CNA.
Em um comunicado na segunda-feira (29), o partido MK disse que Zuma não havia sido notificado da decisão. “Uma análise do documento vazado revela que o processo disciplinar não foi apenas profundamente falho, mas também conduzido de maneira semelhante a um tribunal irreligável”, afirmou.
“Esse vazamento não é um incidente isolado, mas o ápice de uma série de ações repressivas que ecoam as táticas outrora usadas durante o apartheid”, acrescentou.