O governo brasileiro solicitou à Venezuela a divulgação de todos os dados das eleições presidenciais realizadas domingo (29). Enquanto isso, Celso Amorim está em diálogo com organizações e representantes de outros países antes de dar o sinal verde para Lula reconhecer a reeleição de Nicolás Maduro.

Conforme o GGN mostrou aqui, o Brasil aguarda com cautela o resultado final da Venezuela para reconhecer a vitória de Maduro, mesmo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país apontando a reeleição.

O assessor especial do presidente Lula para assuntos internacionais, Amorim, permanece no país e teve sua volta adiada enquanto apura e aguarda a totalidade dos dados e uma resposta confiável. Os principais órgãos de diálogo são os dois principais observadores internacionais nas eleições venezuelanas: a ONU e a Carter Center.

Em nota oficial, o Itamaraty afirmou que aguarda “a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.

Após a divulgação do resultado, na madrugada desta segunda (29), a oposição incitou os órgãos internacionais a investigarem, alegando que não tiveram acesso a muitos boletins de urnas. O governo Lula quer que os observadores verifiquem se as acusações têm alguma procedência.

Cobrado internacionalmente a emitir alguma posição, o governo brasileiro decidiu emitir uma nota parabenizando “o caráter pacífico da jornada eleitoral”, mas afirmou que “acompanha com atenção o processo de apuração”.

“[O governo brasileiro] aguarda, nesse contexto, a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”, expôs, ainda.

Ainda nesta segunda (29), os embaixadores dos países na Venezuela foram convidados a participar da reunião na qual foi proclamada a vitória de Maduro nas eleições deste domingo. Diante do impasse, o Ministério das Relações Exteriores impediu a ida da embaixadora brasileira, Glivânia Maria de Oliveira.

Assim, Oliveira, que representa o Brasil na Venezuela, não participou do anúncio do presidente Nicolás Maduro. Na nota, o Itamaraty também disse que “reafirma ainda o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados”.

Leia mais:

Categorizado em:

Governo Lula,

Última Atualização: 29/07/2024