O governo do presidente Lula está ciente de que o caminho para acabar com a fome passa também pelo combate ao racismo. Por isso, lançou a Agenda de Enfrentamento à Fome e à Pobreza com Foco em Mulheres Negras, que será executada pelos ministérios da Igualdade Racial e do Desenvolvimento Social, com investimentos de mais de R$ 330 milhões.
O plano de ação consiste em cinco metas e 26 ações a serem alcançadas até 2026, incluindo formação racial e antirracista para gestores e profissionais do SUAS e do SISAN, produção de estudos e pesquisas sobre políticas públicas e segurança alimentar e nutricional, monitoramento da situação de insegurança alimentar e nutricional e do acesso às políticas públicas da população negra, ampliação e aprimoramento da inscrição da população negra no CadÚnico e ampliação do atendimento da população negra e de povos e comunidades tradicionais nas ações de segurança alimentar e nutricional.
A ministra da Igualdade Racial, Aniele Franco, disse que a iniciativa investirá em formação para os gestores, estudos e pesquisas e dados, e fomento para cozinhas solidárias e projetos liderados por mulheres negras, pois quem sabe melhor resolver o problema da fome é quem está no dia a dia com isso.
Segundo o MDS, os domicílios chefiados por mulheres negras representam 75% das casas em situação de insegurança alimentar e possuem a taxa desse indicador três vezes maior do que a observada em lares liderados por homens brancos.
De acordo com dados do IBGE, cerca de 40% das mulheres pretas e pardas do Brasil vivem em situação de pobreza. Além disso, a maior parte dos lares brasileiros onde há insegurança alimentar grave são chefiados por mulheres e por pessoas pretas e pardas.
Compromisso brasileiro no combate à fome
Uma das principais prioridades do governo Lula é o enfrentamento à fome. Desde janeiro de 2023, a meta é retirar o país do mapa da fome mais uma vez, e os resultados têm surtido efeito. Prova disso é a apresentação do relatório sobre o Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI), apresentado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), na semana passada.
O documento trouxe boas notícias para o Brasil. Dados do triênio 2021-2023 mostram uma redução significativa na insegurança alimentar no país: de 32,8% entre 2020 e 2022 para 18,4% entre 2021 e 2023, uma queda de quase 44%. Quando o foco é colocado sobre a insegurança severa, o número é ainda mais impressionante: ela é 85% menor que no triênio anterior. O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, comemorou o avanço: “Os dados das Nações Unidas indicam que estamos no caminho certo (…) Tiramos 14,7 milhões de brasileiros e brasileiras dessa condição”.
Da Redação Elas por Elas, com informações da Agência Brasil e MDS